19/03/2010

DE MANHÃ...

de manhã quando levanto
olho o espelho e vejo um rosto
o sono que nele se vai quebrando
ou no desassossego ainda em mosto

os olhos encolhidos a boca num esgar
a pele ressequida de suor
talvez um pesadelo o meu sonhar
e este gosto amargo na boca sem pudor

de manhã quando levanto
e me lobrigo entre pestanas entaramelado
balbucio o teu nome num quebranto
aspiro o teu cheiro agre adocicado

sinto ainda do teu corpo o quente
e sobe-me o aroma do teu odor
sou eu ou outro este que vejo e te sente
no acordar de cada sonho o teu calor

de manhã quando levanto
abro os olhos para te ver dentro de mim
sorrio ante a beleza do teu encanto
e sinto que és a mais bela flor deste jardim

mexo os lábios e digo bom dia
passo a mão sobre a pele os pelos duros
esboço um sorriso de harmonia
dou um grito a chamar os de mim mais puros

de manhã quando levanto
trago na alma o sabor e o perfume
da mulher de cujo amor sempre me espanto
tão duradouro aceso este meu lume


autor:JRG

2 comentários:

Graça Pereira disse...

Simplesmente: Maravilhoso!
Tão fugido que tu andavas, meu amigo!
Mas eu, povo, digo-te que estás perdoado pela joía de poema que deixaste na palhota. Se me autorizares, um dia deste gostava de o postar... Fica bem.
Beijocas e bom fds
Graça

tem a palavra o povo disse...

Olá Graça Pereira.
És querida, um amor de amiga, tão bom, depois da ausência receber tão belas palavras, claro que podes postá-lo, se lhe encontras mérito, ele é um sentir da alma que te visita, quando te visita, só a tua alma pode senti-lo como tu sentiste, vou procurar ser mais presente junto do povo maravilha que tu és.
Beijos e bom fds
joão