14/11/2021

TRAGÉDIA HUMANITÁRIA





 TRAGÉDIA HUMANITÁRIA

*
a ganância projectou a derrocada
disseminou o caos
desequilibrou o periclitante equilíbrio
e deixa encurralada
gente como nós e crianças somos maus
se permitimos o livre arbítrio
*
ouço os gritos aflitos tão dilacerantes
de dor de frio e de fome
de pessoas jogadas como armas ofensivas
por mentes indignantes
importadas por criminosos com nome
ante olhadelas permissivas
*
o homem o maior predador do planeta
prepara mais uma façanha
o genocídio da mulfidão desesperada
ante a passividade de quem lamenta
sem poder para travar a artimanha
dos obscuros domínios da desumanidade assanhada
*
apelo à consciència pura da Humanidade
porque estamos perante o abismo
desenraizados de Paz de Amor
na ilusão de escravos plenos de liberdade
feridos de indiferença e egoísmo
que cesse em todo o mundo este terror
*
o clima transborda provocante o ódio avança
ou sustemos a agressividade
todos juntos cada povo a activar a consciência
por Amor que seja duma criança
ou resvalamos no vácuo da infelicidade
embrulhados na nossa demência
*
que o meu grito perfure a insensibilidade
dos insidiosos poderes ocultos
que numa dinâmica absurda dominam o mundo
porque sou Humano salvemos a Humanidade
e toda a fauna e flora quero ouvir os vossos gritos
num só grito mais profundo
jrg
fotos públicas tiradas da net

27/10/2021

APETECIA-ME

 


foto jrg

APETECIA-ME

*
apetecia-me dar uma festa
em honra da vida
e da sua irmã gémea morte
apetecia-me dormir a sesta
à hora da partida
antes que a consciência perca o norte
*
convidaria Amigas e Amigos
para celebrar-mos a minha despedida
um porto de honra à alegria
honra à memória dos antigos
oportunidade perdida
não fiz nada não sei nada mais valia
*
não ter visto a luz do dia
não ter não sentir esta sensação
de ter vivido sem sentido
fui aprendiz de poeta sem saber de poesia
sou da minha morte meio irmão
e temo que ela me culpe por não ter Sido
*
apetecia-me dar uma festa
para alegrar o sentir mórbido de viver
fui aprendiz de aprender
bate chapas mecânico pescador de besta
pedreiro vendedor até escurecer
fui amante filho neto pai avô a aprender
+
do meu testamento não consta dinheiro
nem nada a que chame de meu
sou um pária dos valores fiduciários
cultivo o amor por inteiro
sou o que não sendo na vida aconteceu
de pensamentos perdulários
+
brindemos á vida e á morte com alegria
não sabemos nada a cada passo aprendemos
persiste o mistério de saber ao que viemos
esta ânsia de viver a vida em fantasia
a angústia quando chega a hora de morrermos
viva a morte e tudo o que não soubemos
+
tudo que vive morre a qualquer tempo´
há um turbilhão de gente
que aguarda sem o saber a sua sorte
ervas daninhas baloiçam ao vento
o mar ruge espuma amarela também ele doente
quando eu morrer não me chorem a morte
jrg



foto jrg

27/09/2021

VIDA E MORTE SÃO ALMAS GÉMEAS

 VIDA E MORTE

SÃO ALMAS GÉMEAS
+
a vida e a morte
são almas gémeas siamesas
pegadas á nascença
a última avança quando a outra perde o norte
a primeira resiste ás surpresas
a outra teme que que a vida sempre vença
*
a morte e a vida
são almas gémeas siamesas
quando uma foge a outra chega
a morte ganha sempre a corrida
apesar das tristezas
e das partidas que a vida prega
*
morre-se de tanto viver
seja muito ou pouco o tempo decorrido
quem morre não sente mais nada
outros dirão que é uma vida que deixa de sofrer
sofre quem fica pela vida vencido
paira no tempo a memória pela morte geminada
+
as gémeas vida e morte
jogam na rabia do medo ao destemor da aventura
escorregam na mais valia do segredo
onde se escondem os mitos do azar e da sorte
ignoram os sinais de ruptura
os avisos da memória colectiva quase a medo
+
ouço e sinto sinais que se confundem
tal é a desordem de mentes obscuras em desatino
que oprimem as gémeas rente ao abismo
o pulmão da terra borbulha na poeira da ferrugem
uma partida de vida e morte ao seu destino
ou a última oportunidade da morte ao cepticismo
+
jrg
foto
foto pública tirada da net
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Tu, Paulo Zé Silva, Amelio da Silva e 3 outras pessoas