31/12/2011

ANO VELHO DE VILÕES...(VILANIA) - ANO NOVO DE LADRÕES...



foto pública tirada da net
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ANO VELHO DE VILÕES...(VILANIA)
ANO NOVO DE LADRÕES...
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no meu país torpe mentira
ano a ano procurando me fiz crescendo
rispidez obediência tortura
alegrete de comédia ou drama ou sátira
à vez de dentro a cena me adormecendo
sedento de carinho e ternura
à espera do tempo novo que sentira
na evolução de mim o sendo
para o humanismo d'amor e alma pura
*
não procurei ou quis riqueza
ano a ano sem eu querer me fiz apátrida
ateu de vilãos ensandecidos
troquei o meu saber servindo a avareza
ingénuamente acreditando ser à partida
cruzar os tempos já vencidos
avesso à melancólica e mórbida tristeza
um de entre os mais nesta vida
a vencer a vileza dos poderes desvalidos
*
escolhi caminho por teimosia
ou desígnio cósmico nos genes embutido
naufraguei e a salvo me julguei
quando o tempo cedeu e cheira a maresia
mas era falsa esta esperança sem sentido
apátrida não pode confiar na lei
por mais que viva embrulhado em poesia
o tempo não perdoa ser vencido
*
ano velho de vilões inda a prazo
um povo inteiro por medo se abastardou
roubado na alma e no coração
sem vontade de vencer o milenar atraso
nem legitimar sua defesa a quem roubou
ano velho de vilões sem emoção
onde navego rebelde a ser por um acaso
o pária que da pátria se imolou
cercado pela vilania dos doutos da nação
*
ano novo de ladrões vetustos
e dos novos da mediocridade fanáticos
com aval da mediana fantasia
falidos da esperança criminosos astutos
adensam as teias com sábios lunáticos
cortam o pensamento que luzia
julgam-se deuses da verdade absolutos
sendo e só efémeros mediáticos
ante a grandeza apátrida de toda poesia
***
autor:jrg... [(pária...apátrida...)cidadão da MÁTRIA em construção...]

27/12/2011

LISBOA SITIADA...


foto pública tirada da net

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LISBOA SITIADA...
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imagino Lisboa sitiada a transbordar
da alma cheia de país
vêm de sul Algarve da raia e Alentejo
do interior e rés ao mar
da beira à revelia do tempo douto juiz
amontoados em cortejo
**
não pagam nem coimas nem portagens
vêm a pé ou de carroça
de bicicleta à vez da alma indignados
no desacerto das miragens
trazem olhos de esperança que destroça
o medo incutido aos deserdados
**
sob escolta agressiva de carros de combate
o olhar firme lábios cerrados
vêm pedir contas ao mundo escalavrado
que os tem como gado para abate
galgam caminhos por estradas e montados
povo guerreiro do amor achado
**
Lisboa transborda de corações a arder
também do norte e emigração
um sussurro de vozes suores e cansaços
de gente maior que afronta o poder
agitando a chama incendeia a revolução
contra o cinismo dos devassos
**
e de repente sobre um silêncio extasiante
irrompe uma voz num cântico
sob uma sinfonia poderosa de encantamento
vem do lado do rio ou a montante
deste mar de gente que se levanta autentico
livre de ser seu o alto pensamento
**
"erguidos os povos
sob a falência dos desígnios
de absurdos nacionalismos
com que nos encheram
consciências
carregaram de ódios
vinganças morticínios 
e nos dividiram em lotes de subserviência
a uma ordem invertida
em nome de falsas 
segurança justiça partilha
*
e outra e outra tantas outras tantas
*
levaremos de vencida
a ganância a hipocrisia o medo
a inveja e o poderio avaro
dos que manipulam a riqueza
e construiremos um mundo
novo sustentado
de realidade transparente
muralhado de amor
solto de preconceitos e segredos
onde a alma humana 
seja um todo da natureza
*
figuras magníficas exuberantes do belo
*
de pé companheiras
porque são femininos os tempos novos
alerta companheiros
o tempo dos guerreiros já findou
tudo o que é supérfluo
que nos foi incutido por malícia
no luzir da decadência
a especulação do corpo da mulher
a violência sobre as crianças
a terra queimada
a extinção de espécies derradeiras"
*
erguidas como deusas sobre o mar de gente
*
eram vozes poderosas galopantes
de tenores barítonos
e sopranos em mágico movimento
surgindo como por encanto
envolvidos na música e por ela arrebatados
devolvendo a energia aos sitiantes
*
"de pé erguendo a era nova da mudança
sobre os fragmentos dispersos
do poder servil prepotente patético
vitima voraz da sua ambição
o que trazemos de novo é o humanismo
na sua real e pura dimensão
onde cada ser vivo tem um papel importante
abolidas todas as guerras
e o direito de expansão da vil riqueza
o que trazemos é a liberdade
inteira de viver a paz o amor a fraternidade"
*
suspenso dum Zepelim o maestro exultava d'alegria
*
e o mar de gente numa maresia de silêncio
tocada pelo eco da memória
pôs-se lentamente em convulsivo movimento
tomou por asfixia decrépito e néscio
o poder da mentira recolhido em falaciosa oratória
implantou  audaz o pensamento
**
Lisboa perante tanto país em fúria capitulou
sem honra sem dignidade ou nobreza
pediram clemência os facínoras mal-feitores
à ópera que a todos empolgou
e logo ali em manifesto sim se aboliu tristeza
porque a era nova é dos amores
*
autor:jrg

25/12/2011

UM PASSO NA CONSTITUIÇÃO DA MÁTRIA...

foto pública tirada da net

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UM PASSO NA CONSTITUIÇÃO DA MÁTRIA...
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sete mulheres formam uma molécula...          são -               7
cada sete moléculas formam uma célula..      são -             49
cada sete células formam um gene....             são -           343
cada sete genes formam um ovário...             são -        2.401
cada sete ovários formam um cromossoma..  são -      16.807
cada sete cromossomas formam um útero...   são -    117.649
cada sete úteros formam um coração...           são -     824.143
cada sete corações formam um cérebro...       são -  5.769.001
dois cérebros formam  a alma MÁTRIA...     são -11.538.002
**
sete mulheres ateiam fogos
sete moléculas debitam energia
sete células refazem raízes
sete genes expandem memórias
sete ovários geram humanismo
sete cromossomas mudam a história
sete úteros educam gerações
sete corações espalham o amor
dois cérebros consolidam a paz
**
usaremos o conhecimento e a sabedoria
para que cada um tenha sua parte
comeremos da terra e do mar o que der
não toleraremos o roubo ou morte
mas cuidaremos das crianças e ineptas
cultivaremos bom senso harmonia
na deriva transparente do entendimento
aboliremos o dinheiro o ouro o ter
causas maiores da decadência humana
**
cuidaremos das árvores das plantas coloridas flores
protegeremos as espécies animais
as ribeiras os riachos os rios os lagos a beleza do mar
incitaremos as artes à irreverência
unidos à MÁTRIA e pela MÁTRIA mãe sem preconceitos
simplificaremos dos actos e das palavras
o sofisma dos enredos de complexa interpretação
por um novo e lúcido humanismo
onde a vida seja o princípio e o fim da consciência
**
autor: jrg

22/12/2011

NATAL POR LOTES DE POVO...


imagem pública tirada da net
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NATAL POR LOTES DE POVO...
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quanto de natal ainda nos resta
neste glaciar de gente que nos afunda
num mar de fogo das palavras que  resistem
quanta mentira mora nesta festa
recheio d'hipocrisia que nos circunda
dentro dum mundo de ladrões que coexistem

um cometa guiou-me até à tela
vejo gaspar o mago mimando a cena
do lider laico que expulsa vermes excedentes
onde a negro o fundo me revela
esta miserável gente que nos governa
rumo ao abismo do não sermos conscientes

tolhidos na surpresa os idosos
aura do poente fora de prazo insólito 
vêem saqueado sem apelo seu parco espólio
enquanto lhes pregam ruidosos
sermões de equidade ao roubo público
em nome de um estado do direito perdulário

eles bem esgrimem argumentos
masturbações frustradas da oratória
aplaudidas de pé por medíocres salafrários
bênçãos de sábios e unguentos
criminosos assumidos nesta história
que partilham entre si honras e honorários 

o mar cresce na revolta a dor
as aves procuram poiso espavoridas
as crianças de rua suspendem o andamento
se faz sentido que falte amor 
quando celebram austeras medidas
em lotes de povo avesso a todo pensamento 

sou reformado ou pensionista
acreditei de boa fé na avara fidúcia
que amealhou investiu e programou o crédito
onde já rejubila o prestamista
fora da lei na pilhagem com argúcia
uma matilha de agiotas a subverter o mérito

não há futuro para um tal país
que repudia seus velhos e os maltrata
que os reduz a lixo sem préstimo irreciclável
não pode o povo loteado na raíz
ser orgulhoso de alma justa na sucata
refém passivo desta súcia de si tão execrável

autor: jrg

18/12/2011

MENSAGEM DE NATAL !...



foto de : Photobucket
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MENSAGEM DE NATAL !...

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natal era
a refeição de carne
os doces os presentes
a magia
de haver um deus igual a mim
*
natal era
rapar os tachos de iguarias
estrear roupa e
bota nova o banho
colher sorrisos de fraternidade
*
natal era
sonhar em cada sobressalto
da madrugada
espreitar o sapatinho à chaminé
a ver se o sonho me acordava
*
natal era 
a matança galinácea
a família a tribo à braseira
as conversas solidárias
à luz dos candeeiros a petróleo
*
natal era
já então a hipocrisia do amor
o beijo comprometido
os brindes a troca dos interesses
dum povo orgulhoso de si só
***
natal passou a ser
um dia virginal de vasto amor
dois dias de descanso
o negócio dos afectos com deus a morrer
vitima do conhecimento
*
o natal passou a ser
a tradição saudosa dos avós
o alimentar de ilusões
nas crianças bajuladas de atenção
famintas de afectos
*
o natal passou a ser
as férias a festa orgásmica fugaz
o ser natal pelas crianças
a exibição de mais ter que parecer
a sentir os outros por rivais
*
o natal passou a ser
o dia de partilhar a solidão
de olhar o outro sem ver nele o estranho
mas atento ao ser demais
de perder na festa o valimento
*
natal passou a ser
dia de boa disposição obrigatória
oferecem flores livros aromas
sobem os juros e mais valias agiotas
dum povo global de euforia
***
natal hoje é
o volte face com deus fora de cena
se não fossem as crianças
intoxicadas pelo fluxo da propaganda
a mesa menos farta de alegria
*
natal hoje é
na ostentação o brilho da tristeza
o medo a perda da ilusão
a exaltar o ânimo do homem como meio
vencido pela técnica e a usura
*
natal hoje é
um compasso de espera na esperança
a dar um tempo à revolta
de toda a fera quando aprisionada
que até a natureza espanta
*
natal hoje é
dia mítico de memória recente
que já não vale a pena de todo engalanar
carente de humanidade
dia festivo dos abutres da rapina
*
natal hoje é
uma festa sem emoção nem tréguas marginal
à beira de total incumprimento
onde o beijo o abraço o sorriso
são manjar de esperança do novo renascimento

*
felizes os pobres de "amor" infectados
será deles o reino do novo humanismo

autor: jrg

14/12/2011

MATRIARCA...


foto de Paula Pereira
*
MATRIARCA...
*
um halo de luz num céu sombrio
de sonhos rosa vestida
o ventre de vida estremecendo
mãe mulher de alto brio
que recusa pelo caos ser vencida
levanta o véu tecendo
teias de amor sobre o sangue frio
*
desliza pelo silêncio adejando
toca todo o ser mulher
acorda a coragem inconsciente
de onde ágil perturbando
a ordem patriarcal  já a fenecer
ergue vitoriosa sua mente
atrai à mudança o povo brando
*
vem doce tão bela no seu esplendor
ornada a humildes saberes
chama que abriga a alma feminina
na firme armadura do amor
com que exibe e planta seus poderes
usurpados ainda era menina
por quem viu nela a força d'além dor
*
convoca as adúlteras as prostitutas
que a ordem pátria profanou
as descrentes submissas à violência
vítimas das medidas astutas
que o homem vil para elas inventou
subleva da mãe a consciência
convoca púberes as mulheres adultas
*
já o sol no alvor da fria madrugada
aviva sonho e pensamento
ferindo de morte o pesadelo agonizante
quem lá vem não usa espada
nem aterroriza pela lei o valimento
é mãe que cuida eternamente
e espalha amor da alma pura adocicada
*
quem lá vem é MÁTRIA mulher inteira
luz de justiça e de esperança
liberta das vis amarras mercantilistas
adúlteras da alma pioneira
rasga as convenções semeia confiança
onde jazem as mentes elitistas
ela constrói uma nova era a derradeira
*
autor: jrg

10/12/2011

GRITO PARA MEMÓRIA FUTURA !...



O Grito (Edvard Munch)
*
GRITO PARA MEMÓRIA FUTURA!...
**
hoje
dia dez do mês de Dezembro
do ano judaico cristão
de dois mil e onze
o meu grito de indignação e revolta
de impotência
sem direito de defesa
ecoa para que se fixe na memória
futura dos tempos
**
hoje
porque é o dia dez de todos os meses
o governo deste país
onde faz anos que nasci
consumou em mim e mais uns quantos
a sua sanha vampiresca
de submeter ao medo a liberdade
cortando o rendimento
aos que na escravidão o suportam
**
hoje
décimo dia do mês hipócrita de Natal
o meu grito delirante
denuncia esta associação criminosa
que me nos saqueia impunemente
e se ri no momento da sórdida partilha
dos despojos dum povo
hipotecando o seu valor por cobardia
de pensar um mundo novo
***
autor: jrg

01/12/2011

CARTA/APELO, AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE PORTUGAL !


Excelentíssimo Senhor Presidente da República Portuguesa

Acreditando que Vossa Excelência é o último garante da Constituição da República Portuguesa, em nome dos direitos liberdades e garantias, nela consagrados, e no seguimento das suas preocupações, publicamente manifestadas, sobre a equidade e justeza das medidas então já anunciadas para este orçamento de estado, agora aprovado, venho apelar à sua consciência humana, para que exerça o seu poder de Veto, sobre as medidas prepotentes e discricionárias no corte de salários a uma franja da população Portuguesa, nomeadamente no que toca à supressão dos rendimentos dos reformados de carreira contributiva prolongada, no último estádio da existência, que confiaram na honra,
bom nome e respeito pelo direito, do estado Português.
com humildade e esperança

joão raimundo gonçalves
reformado