18/02/2012

QUE VIVA A GRÉCIA !!!...





fotos públicas tiradas da net
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QUE VIVA A GRÉCIA...
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a Grécia já está a arder
ouve-se o estrondo da rebentação
não das ondas na maresia
nem foguetes d'alegria ao alvorecer
bombas que ferem o coração
revoltado contra tanta hipocrisia
humilhado por loucos de poder
*
dizem são de anarquistas
das franjas violentas da indignação
"o povo é manso solidário"
com os abutres e com os carteiristas
Atenas arde triste humilhação
ante a violência do novo calendário
tragicomédia de oportunistas
*
eles bem sabem que os povos
têm alma geradora da força colectiva
se o maestro os abrilhanta
sem mácula no rigor velhos e novos
cresce o ânimo na perspectiva
se lhes despojam a alma não adianta
sobre o caos nem mel nem favos
*
Grécia berço da civilização
no Olimpo os deuses afinam estratégias
terra mítica bela e graciosa
vítima da ganância usura de estimação
mal gerida...será? ou blasfémias
de quem a retalhou por vingança mafiosa
ergue-te ó de Atenas meu irmão
*
Afrodite convoca seus filhos
adejando sobre Atenas em todo seu poder
expulsa da Grécia os traidores
proclama os velhos deuses a ciência novos trilhos
explode em amor e alegria de viver
convida o mundo inteiro a livrar-se dos terrores
mãe mulher amante livre dos atilhos
*
que viva a Grécia plena de sabedoria
sobre os escombros dos sofistas arrogantes
impregnados de falsas quimeras
que se erga o povo inteiro de seu nome poesia
sobre os pesadelos gritantes
orgulhoso dos seus mitos doutras eras
da riqueza do ser sobre a fantasia
*
um novo humanismo renascerá 
das cinzas do mítico vil endividamento
não deixaremos cair os Gregos
mais cedo que tarde a razão vencerá
porque mais rico que o ouro é o pensamento
livre de financeiros "estrategos"
que ao raiar da nova luz o mundo abraçará
*
autor: jrg
(pária...apátrida..cidadão da MÁTRIA em construção)

07/02/2012

PÁTRIA...? OU... MÁTRIA...? EIS A QUESTÃO QUE SE LEVANTA...


imagem pública tirada da net
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PÁTRIA...? OU...MÁTRIA...? EIS A QUESTÃO QUE SE LEVANTA


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lemos relemos poemas
romances contos crónicas ensaios
extractos de burilada história
armazenamos as palavras e sistemas
que trituramos nos neurónios
a fazermos emergir rasgos da memória
que nos soltem das algemas
*
aprendemos a soletrar
caracteres alinhados como convém
sem questionar o significado
a significação ou o significante modular
que atribuímos à palavra mãe
e torna-mo-nos num rebanho tresmalhado
sem arte nem engenho para amar
*
usamos a dialéctica
o sofisma a retórica a metáfora a metafísica
e outros atributos ultra-racionais
adulteramos o sentido racional da ética
criamos deuses de dimensão atípica
esquecemos as origens os valores universais
manipulados pela gerência mediática
*
acreditamos na demagogia
tudo tão belo assim pintado de fresco
à medida dos nossos interesses
não importa saber quanto é de fantasia
ou aparato de teor picaresco
o que temos é medo que nos cortem benesses
para aumentar a sua mais valia
*
fazemos revoluções de bancada
acirramos nos outros a tragédia da indignação
convocamos a protesto os perturbados
porque há sempre alguém que dá e leva porrada
que sejam outros nós somos pacificação
não entendemos se ao convocar somos convocados
ou se somos matéria humana reservada
*
em todos os tempos as gerações
se misturaram prós e contra a mudança
verteram sangue inflamaram
a ideia o pensamento a troca d'emoções
na senda evolutiva da esperança
que derrota a ingenuidade dos que acreditaram
ser possível vencer sem corte nas tradições
*
como pode alguém
sentir-se confiante e justiçado
a salvo de quem rouba a montante
não levantar a voz a quem saqueia pai e mãe
temente que seja ele o mais roubado
como se não fosse esse o princípio dominante
da arte de rapina imposta pela lei
*
levantai-vos cidadãos do mundo
é tanta a incerteza de sobreviver ao naufrágio
melhor que esperar em agonia
é ocupar o espaço em movimento profundo
desmascarar a sordidez deste presságio
que afronta a dignidade e a esvazia
que manieta a alma e leva o barco ao fundo
*
porque há alternativas ao bloqueio
da alma e dos acessos ao puro pensamento
sistemas mais simples de proximidade
sem o embuste faustoso que criou fútil anseio
com a sabedoria do conhecimento
por um novo humanismo numa nova cidade
saudemos a era nova sem rodeio
*

autor: jrg
(pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)

06/02/2012

VEM VITORIA...


imagem pública tirada da net
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VEM VITÓRIA...
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vem vitória
vestida de menina
afasta os canos amedrontados 
das armas vencidas
que atravessam a história
desce a avenida
ocupa o passeio da opressão                 
o palácio que oculta
os vermes ociosos detractores
da alma feminina
afogada em absurdos costumes
vem e solta a memória
milenar
*
vem vitória
vestida de paz e amor
com teus filhos pela mão
afronta sem medo 
a escória que te expurga 
na dimensão da dor
a alma o coração o pensamento               
vem ocupa a feitoria
mulheres cheias de crianças
ante olhares angustiantes
de homens podres
falidos na emergência
secular
*
vem vitória
vestida de menina
ou de crescida mulher
contra a muralha de gelo
de arrogante certeza
desta humana miséria
que se ri do teu saber
te usa e menospreza o modelo                  
de mãe inteira
sábia de sabedoria
flor que perfuma a vida
vem e faz da virtude milenar 
tua glória
*
vem vitória 
pujante de força
despoja-te das valências
sensuais e do desdém
com que te olham aparência
te oprimem
violentam agridem
rebelde à escassez de valores                     
ser inteiro de verdade 
erguida sobre o caos de fantasia
abraça a nova era 
acorrentada ao humanismo
e teus amores
*
vem vitória 
vestida de criança
arrasta do silêncio o alarido
traz um sentido humano 
à humana consciência
revoga a treva 
implanta a nova esperança
nos povos tão vilmente traídos                  
que não conhecem de sua força 
toda a evidência
perdidos num mar de tempestade
e de desconfiança
órfãos de mãe
*
vem vitória
sobre os escombros
falaciosos da abundância
e revoga os conceitos
os preconceitos metáforas
secretismos visionários                               
excessos de grandeza
arrasa todos os sem sentido
que nos segregam
nos aviltam com ilusória sedução
o fascínio a inveja a cobiça
o império do ser mais que perfeito
sobre a infame natureza
*
vem vitória
ocupa Lisboa Madrid Vilnius Tallinn
Paris Berlim Londres Roma
com teus filhos e amores
ocupa Helsínquia Bruxelas Amesterdão
de mãos dadas sobre Luxemburgo
ocupa Viena Nicósia Praga
contra a subversão do humanismo
ocupa Dublin Riga Atenas Estocolmo
pelo fim do luxo e usura financeira
ocupa Budapeste Varsóvia
Copenhaga Bratislava Liubliana
Valeta Sofia Bucareste
*
vem vitória
irrompe pelo silêncio
e expande 
a alegria dos simples
faremos teatro ao vivo
nada de marionetas sinistras
ao serão voltaremos a contar histórias
de duendes nocturnos
contaremos as estrelas planetas
e faremos amor sem defeitos
nem mais leões ou lobos famintos
férteis de amor e amizade
vem vitória MÁTRIA mãe tão pura

autor: jrg 
(pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)

04/02/2012

MÃE, MÁTRIA, MULHER...


imagem pública tirada da net
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MÃE, MÁTRIA, MULHER...
*
se eu fosse tão corajoso
como o vagabundo
meus pés pela cidade vagueassem
sem rasto nem olhar medroso
alvo da cobiça que me trouxe ao mundo
e antes que o frio meus pés gretassem
achasse o homem que perdi saudoso
*
se eu fosse verdadeiro de verdade
como o traficante
pensasse apenas no meu umbigo
sem emoção ou dignidade
caminhasse furtivo de alma aviltante
sem efeito d'amor nem causa d'amigo
indiferente à dor da realidade
*
penso na fórmula assaz patética
para derrubar um sistema criminoso
armado até aos dentes
não tendo eu mais que a sinalética
da ideia e do amor garboso
ágeis de emoção mas incipientes
ante a propulsão cosmética
*
se eu fosse deus ou deusa da magia
em meus versos poderosos
e proclamasse com dons de oratória
o fim da vergonhosa agonia
em que os ricos detentores servis danosos
mergulham esta gente à vexatória
de perder por exclusão sua cidadania
*
ah se eu fosse uma mulher
força maior de alma e pensamento
geradora de toda a criatura
e confiasse na dimensão do meu ser
armada de mãe por juramento
criaria em união a feminina partitura
capaz de arrasar este anoitecer
***
autor: jrg 
(pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)