26/04/2020

SER OU NÃO SER LIVRE...

foto pública tirada da net
*
SER OU NÃO SER LIVRE
*
Somos Liberdade?
um ser nasce
agarrado ao cordão umbilical
cresce aos tropeções
quando cai e se magoa
chama pela mãe
e é um elo mais na cadeia
a que se agarra
pela vida fora elo que o sustenta
copia as lições brilha na escola
vende a imagem no emprego
vai à bola bate na mulher
arranja amantes que o amarram ao prazer
às vezes pensa
mas o algoritmo de ter é mais forte
e cede à liberdade
até ao fim da existência
quando morre
quer fugir mas já não pode alcançar
a liberdade

ser livre é bastar-se bastando
sem ter nem haver
é ser simplesmente existindo
sem medos nem segredos
cultivando a Paz o Amor a humanidade
na plena aceitação da natureza

jrg

DO AUSTRALOPITECO AO HOMO SAPIENS OU O COVI-19 COMO FIM



*
DO AUSTRALOPITECO AO


HOMO SAPIENS

OU O COVI-19 COMO FIM
*
olá Homo Sapiens
que é feito da tua sabedoria
o Homo erectus já era
aos poucos foste amealhando bens
tornaste-te uma epidemia
extinguido outras espécies primavera
*
o Homo neanderthalensis não resistiu
os australopitecos também não
tornaste-te senhor do mundo à força bruta
mas és um homo estúpido que não viu
que à tua volta há mais inteligência em contra mão
inteligência viva e pura não astuta
*
e agora
nem há profetas
nem apóstolos da desgraça
só silêncio hora a hora
com palavras gritantes infectas
a encher o vazio da praça
*
olho em volta
perscruto o pipilar das aves na rua
ladra o cão miam gatos
angustiante o grasnar da gaivota
talvez fome culpa tua
que não lhes rapas os restos dos pratos
*
os agiotas os egoístas
ainda há pouco no auge tão poderosos
a inveja e a ganância
sobram ainda espertos e oportunistas
os ignorantes caprichosos
quero vê-los a todos engalfinhados à distância
*
emboscado o bicho espreita
também ele a sua oportunidade de sobreviver
como que sabendo da fragilidade humana
predador maior que nem a si próprio e os seus respeita
encurralado com medo de sofrer
confinado ao silêncio que dilacera e a alma engana
*
os sabichões fazem apostas
eles sabem tudo onde outros não sabem nada
fingem-se fortes com impunidade
isto vai acabar se ficarem dentro de portas
enquanto o pânico toma conta da manada
que é feito do humano pensador que dá luz à liberdade
*
será que o jogo acabou
penso ao ouvir estalar as cartilagens da cabeça
os tímpanos numa confusão de ruídos
passeio à volta da mesa redonda onde estou?
a ficar louco embora a mim não pareça
vou à janela aspirar do mar de maresia os fluidos
*
vi na guerra soldados impacientes
quebrando o silêncio com tiros de metralhadora
sem ser por nada para se ouvirem
vi gente fazer discursos inflamados incipientes
prometendo mesa farta à manjedoura
sem se darem conta do ridículo da vertigem
*
mas um micróbio invisível
aterrorizar o mundo humano quase inteiro
espalhar o pânico o salve-se quem puder
as cidades desertas com medo dum vírus desprezível
os arrogantes apeados do poleiro
eis a luz catártica mutante que exibe o Ser Mulher
*
afinal ainda há uma hipótese
neste jogo entre a vida abundante e a morte rasa
uma mutação do inconsciente
ao acordar ouvimos uma melodia que toca em apoteose
um novo conceito de viver uma nova casa
a Paz o amor a Humanidade para toda a gente
*
que reduza o Homo Sapiens Sapiens
à sua vegetativa insignificância
tudo o que descobriram já era descoberto
evoluíram para saques selvagens
infectaram a vida com a febre da abundância
condenaram a existência a um deserto
jrg

 foto pública tirada da net
 foto pública tirada da net
desenho de Nuno Gonçalves

25/04/2020

DEPOIS DO VÍRUS A CATARSE - A DIGNIFICAÇÃO DO SER MULHER



desenho de Nuno Gonçalves
*
DEPOIS DO VÍRUS
A CATARSE
A DIGNIFICAÇÃO DO SER MULHER
*
e agora
nem há profetas
nem apóstolos da desgraça
só silêncio hora a hora
com palavras gritantes infectas
a encher o vazio da praça
*
olho em volta
perscruto o pipilar das aves na rua
ladra o cão miam gatos
angustiante o grasnar da gaivota
talvez fome culpa tua
que não lhes rapas os restos dos pratos
*
os agiotas os egoístas
ainda há pouco no auge tão poderosos
a inveja e a ganância
sobram ainda espertos e oportunistas
os ignorantes caprichosos
quero vê-los a todos engalfinhados à distância
*
emboscado o bicho espreita
também ele a sua oportunidade de sobreviver
como que sabendo da fragilidade humana
predador maior que nem a si próprio e os seus respeita
encurralado com medo de sofrer
confinado ao silêncio que dilacera e a alma engana
*
os sabichões fazem apostas
eles sabem tudo onde outros não sabem nada
fingem-se fortes com impunidade
isto vai acabar se ficarem dentro de portas
enquanto o pânico toma conta da manada
que é feito do humano pensador que dá luz à liberdade
*
será que o jogo acabou
penso ao ouvir estalar as cartilagens da cabeça
os tímpanos numa confusão de ruídos
passeio à volta da mesa redonda onde estou?
a ficar louco embora a mim não pareça
vou à janela aspirar do mar da maresia os fluidos
*
vi na guerra soldados impacientes
quebrando o silêncio com tiros de metralhadora
sem ser por nada para se ouvirem
vi gente fazer discursos inflamados incipientes
prometendo mesa farta à manjedoura
sem se darem conta do ridículo da vertigem
*
mas um micróbio invisível
aterrorizar o mundo humano quase inteiro
espalhar o pânico o salve-se quem puder
as cidades desertas com medo dum vírus desprezível
os arrogantes apeados do poleiro
eis a luz catártica mutante que exibe o Ser Mulher
*
afinal ainda há uma hipótese
neste jogo entre a vida abundante e a morte rasa
uma mutação do inconsciente
ao acordar ouvimos uma melodia que toca em apoteose
um novo conceito de viver uma nova casa
a Paz o amor a Humanidade para toda a gente
jrg

02/04/2020

VENCER OU MORRER! EIS O DILEMA...


*
VENCERMOS!!!
*
QUE PODE FAZER UM HOMEM DESESPERADO QUANDO O AR É UM VÓMITO E NÓS SERES ABJECTOS?- Pedro Oom ....a pergunta continua sem resposta...jrg

***
VENCER OU MORRER!
EIS O DILEMA...
*
vem morte
vem abraçar-me docemente
perdida a vida sem norte
desespera o humano tão descrente
*
vem morte
melhor cair em ti que nos claustros da loucura
nesta roleta temo ter a sorte
que a vida me negou em sua ventura
*
vem morte
estou cansado de olhar e nada ver
cansado de parecer forte
não tenho nem força nem coragem de Mulher
*
vem morte
já sei o que vou deixar em testamento
aos filhos deixo a Paz por passaporte
à mulher e netos Amor no pensamento
aos Amigos deixo da Humanidade o porte
*
ou
*
vai-te morte
deixa a Humanidade em Paz
já assustaste muita gente
fizeste ressurgir o Amor próprio e ao outro
puseste a nu a consciência
e as falhas do modelo de organização humana
colocaste na agenda
a fragilidade desta espécie que se julgava superior
colheremos das formiguinhas
a lição da partilha solidária de tudo o que há para fazer
das aves a partilha da felicidade
do mar o vai e vem das ondas sem parar
dos ventos à ravessa dos tormentos
vai-te morte!!!...
porque nós Humanos
Mulheres Homens Crianças
e toda a Natureza Animal e Vegetal que nos sustenta
Pela Paz! Pelo Amor! Pela Humanidade!
Venceremos!!!
jrg
fotos públicas tiradas da net