é usual quando acontece uma tragédia
esquecer por um momento a picardia
agora é pedida solidariedade e não comédia
muda o discurso há que acudir à agonia
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não há culpados nem subserviências
são precisos milhões para dirimir os prejuízos
os que morreram se forem da maralha levam condolências
se da matilha levam quinhões para os jazigos
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bem os técnicos avisaram por antecipação
que ribeiras tão estreitas diminutas de cimento
não seriam eficazes no boom de construção
substituir as naturais caleiras sem dar à natura solvimento
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os cientistas esforçam-se em avisos
estamos a destruir por ambição e incúria o Planeta
em nome da riqueza recebem sorrisos
o aquecimento é uma ilusão apenas se comenta
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se olharmos a dimensão do prejuízo
os poderosos estão sempre na tragédia protegidos
quem perde morada e bens não tem juízo
por morar em lugares de perigo tão desabridos
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como um castelo de cartas ruiu toda a beleza virtual
a natureza é mais poderosa que o poder montado
o jardim que era no Atlântico um fausto a pedra filosofal
mostrou ao homem o que poderia talvez ser evitado
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os governados têm que interpelar quem diz que os governa
melhor que ser uma pérola sem concha que a proteja
é ter a vida protegida ainda que seja na caverna
em vez de ornada a sala puro luxo para que turista a veja
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cessou a jactância o epíteto o palavrão
depois da discussão da lei por uns tantos milhões
agora é a fartar sem lei nem roque
é preciso enfeitar de novo depressa até ao Verão
dinheiro não faltará à vista das razões
e todos ganham menos os que foram das águas a reboque
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houve de tudo nesta nesta trapalhada
vitimas que iam subindo mal contadas
apelos para esconder a dimensão de estragos
houve até entendimento com os da canalhada
havendo disponibilidade novas obras agendadas
sem vistos haja bananas bolo de mel e cubanos gagos
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nesta triste história da tragédia da Madeira
sou solidário com quem morreu no feudo e inocente
"penso que os deusos estão do lado da ignomínia"
e com os que ficam mais pobres na subida da ladeira
a beleza é da natura rainha soberana imponente
mau grado o propósito insano que a contagia
vitimas que iam subindo mal contadas
apelos para esconder a dimensão de estragos
houve até entendimento com os da canalhada
havendo disponibilidade novas obras agendadas
sem vistos haja bananas bolo de mel e cubanos gagos
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nesta triste história da tragédia da Madeira
sou solidário com quem morreu no feudo e inocente
"penso que os deusos estão do lado da ignomínia"
e com os que ficam mais pobres na subida da ladeira
a beleza é da natura rainha soberana imponente
mau grado o propósito insano que a contagia
autor: JRG
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