22/08/2010

PENSAR É UM EXERCÍCIO DA ALMA

teimamos em não considerar as anomalias da espécie como uma evidência da nossa barbárie...não há cultura que apague as atrofias da mente...ninguém sabe o que aconteceria se os castrássemos...aos pedófilos...se os amputássemos...aos criminosos...ou se os tivéssemos amado, desde a infância...

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não me sai da ideia que fomos atirados, então ainda sementes animais, germes carregados de memórias, para este Planeta deserto, de clima ameno que fomos tornando inóspito...é tempo de se revelarem...de que Galáxia ou mundo distante...agora que sabemos quase tudo...que é ainda tão nada...

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não há como o sonho...nós próprios somos um sonho...sempre que acordamos, achamos a realidade diferente...o segredo está em saber que somos seres mutantes...e alimentar-nos de sonhos...com pitadas de mundos diferentes...saber que a mudança é crescer...que o sonho pode alterar a diferença...que o ser é sendo...e no fim ...dá sempre uma incógnita...

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do mesmo modo que somos a memória desde as origens...sabemos que nenhum de nós vive sem o outro...não podemos dispensar o outro...é tempo de o olharmos como o nosso mais intimo...com amor...com confiança...incentivando-o a ser melhor humano...a, em conjunto, cuidarmos melhor do Planeta...

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não há esconderijos perfeitos...a melhor ocultação é ainda a evidência...

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 há sempre algo de fora, um sinal, uma evidência que não conseguimos ocultar, um odor na essências da palavra, quando nos escondemos no silêncio pavoroso do não ser...melhor é gritar... ouvir-mo-nos onde nos dói...

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ciclicamente o mundo humano, por influência das energias cósmicas sobre a natureza envolvente, atravessa períodos semelhantes, catalogados anteriormente como idades...das trevas...da pedra...do ferro..de oiro..das luzes...cada vez mais sobre memórias recentes...a actual idade poderia ser semelhante a um misto de idade ...média...o despotismo mascarado de democracia...e a das trevas...sem valores nem Norte...

autor dos pensamentos:J.R.G.

15/08/2010

PORQUE ME PERDURA O TEU SILÊNCIO

há quanto tempo, meu amor?
murcharam flores antes viçosas
secaram plantas ervas daninhas
as águas dos rios pararam
as aves que pousavam na janela
fizeram ninhos nas ramadas
em frente onde te sonho acordada

o tempo passa ao de leve
pelo corpo há tanto adormecido
amar-te é tão ou quase a dimensão
do infinito em que adeja o pensamento
a alma o amor a angústia
onde nos somos prisioneiros
fiéis ao preconceito do ser nosso

se fossemos nada de ninguém
e nos caminhássemos suspensos
permissivos às mudanças que na mente
ateiam chamas derretem medos
espantam o alarido do silêncio
e nos percorrem todos os sentidos
em busca dos segredos que não há

aquela andorinha tão negra
demora o ninho que traz no ventre
verte sinais ou marcas dum outro vento
emite sons subtis no voo rasante
vagabunda do ar entre estações
sempre que pousa és tu meu olhar
mulher suprema de mim amante

visito os locais por onde passas os dedos
taças de cristal sorrisos oblíquos
de onde te roubo em beijos as cerejas
que teimas em prender entre os lábios doces
preso eu de em ti desde a magia de sentir
amor onde tu de em mim florescemos
erva daninha eu talvez na tua sombra

autor: JRG

NINGUÉM AMA DEMAIS...

dói-me que alguém diga


que amamos demais


a quem como onde porquê


assim de chofre como quem mata


e nos deixa esta agonia


por herança


de termos sido apenas nós






penso que não há amor demais


quando alguém se sente


em paz por ser de tanto amor amada


penso que o corpo cansa se cansa


quando a alma é esquecida


quando dentro do corpo


o sentimento de amar se esfria na mudança






dói-me que alguém parta de nós


por amarmos demais


e nos diga como estilhaços


a deixar-nos o nó da angústia


cravado na garganta antes tão dócil


dói-me o teu grito


de amor tanto porque te sinto






então digo-te que te olhes


que vejas a tua grande dimensão


tu mulher tão inteira


origem do amor e de toda a criatura


digo-te que não penses mais as palavras amargas


deixa que se solte a tua força


tão bela tu tão imensa


porque não sabes

ninguém sabe antes de acontecer

a força que o ser em si alçança

quando se ergue na imponência do amor

como uma flor que ousa e medra

entre as plantas daninhas que a acossam

ser a mais bela do jardim

autor: JRG

09/08/2010

BEIJO-TE OS OLHOS...PORTAS DA ALMA

beijo-te
talvez nos olhos doces
portas da alma
amar como tu entendes
como eu entendo
é simplesmente amar
na nossa complexidade


amar na doçura do luar
na brisa suave  e mansa
que entra pela janela
do teu olhar amor
entre montanhas
ou na orla costeira do mar
entre janelas


mas como não haver 
tantas as janelas tuas minhas
entre flores e lágrimas
sedentas as fadas
graciosas e belas crianças
embrulhadas em teias
sem esperança


tiveste um sonho
e eu sonhei-te dentro 
transpunha montanhas voando
declives cascatas águas cristalinas
adejando sobre mares
perdi-te ali logo quando me achaste
porque era outro o teu olhar


beijo-te nos olhos lindos
talvez portas da alma
onde amar é um sentimento puro
um absoluto de ser amante
sem dúvidas nem desvios
ainda que de outras janelas
outros olhos nos fixem famintos


autor: JRG

04/08/2010

TENHO AMIGAS MAIS DE MIL...










foto tirada da net


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tenho amigas mais de mil



flores mimosas multicoloridas


umas são rosas outras jasmim


dálias magnólias flores de lis


chamo por elas lótus camélias


pétalas de seda toque subtil






os meu olhos nelas radiantes


dói-me de vê-las às vezes tristes


dores e sentires desorvalhadas


sorvo os perfumes entre as abelhas


que Mel tão doce delas retiram


régo-as de amor para que sorriam






tenho amigas mais de mil


flores viçosas belas almas gentis


hortênsias glicínias açucenas


cravos margaridas orquídias


também papoilas vermelhas campestres


xorões das areias do mar






tanta beleza não canso de olhar


se alguma murcha acorro depressa


levo um sorriso palavras amenas


desfaço lianas e ervas daninhas


se me picam urtigas nem dou por doer


elas amigas me curam de amor






tenho amigas mais de mil


mulheres virtuosas na sua infinitude


sei-as de cor as que me sentem


em cuja mão sinto a firmeza


e se um olhar triste nos anoitece


logo um sol maior nos ilumina






tulipas violetas amores perfeitos


inebriantes odores que adejam no ar


sou brisa sou fruto de amores proibidos


que em tal flora me descanso


e ganho energias para navegar


novas rotas novos rumos meu olhar...






tenho amigas mais de mil


mulheres do campo da urbe e do mar


trazem na alma cheiros da maresia


no corpo urzes alecrim e rosmaninho


nos lábios madressilvas lirios do campo


sonham alfazemas doces encantos






malmequeres brancos amarelos


doce magia fascínio dos enamorados


pétala a pétala vou descerrando o mistério


quantos amores assim foram brotando


queres-me bem ou mal me queres


entre sorrisos e olhares envergonhados




autor: JRG