Lá vem o Zé da Arrábida descendo a rua levemente inclinada, ziguezagueando pelo passeio estreito, quase caindo, a roupa encardida pegada ao corpo, boné ao lado e a barba, a barba branqueada de muitos anos.
Vem bêbado, como sempre acontece desde que recebe a magra pensão mensal. Vinho e tabaco. Não dá para mais, Algum comer recolhe aqui e ali, só compra o vinho.
O Zé da Arrábida é uma espécie de vagabundo. Um profeta da desgraça.
Na casa onde vive, amontoa-se a imundice de anos desleixados, e objectos que vai encontrando na rua leva.os, à espera que sejam úteis.
Hoje te saúdo, Zé, com o advento da Primavera que aí vem.
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