25/06/2012

MAIS POVO E MENOS LIXO...



imagem pública tirada da net

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MAIS POVO E MENOS LIXO
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nada mais é de verdade
depois de tanta mentira
vivemos da caridade
daquele que mais nos tira

alguém pode acreditar
que um povo faça riqueza
sabendo que lha vão roubar
com insensível dureza?

somos um povo bastardo
perdido da nossa origem
varremos os bons a petardo
a ver se os maus nos corrigem

corre pelo mundo uma história
de portugas amansados
por astutos sem memória
que escondem verdade aos roubados

passados novecentos anos
de revoltas sobram mitos
Maria da Fonte fez danos
e Bordalo criou manguitos

saem ufanos atrás da tropa
ou quando nada mais resta
iniciativa própria puf! que droga...
se a tomam é para a festa

não penso que seja o fado
a melancólica canção
que traz um povo cansado
sem alma nem dimensão

fomos celtas árabes marranos
galegos de religião e touradas
futebol e outros enredos humanos
com nervuras adulteradas

à força quase empurrados
passam a sábios doutores
corrompidos pelo ter aprisionados
voltaram a ser pastores

pelo meio ficam protestos
gritos de indignação
roubos de estado grotescos
a soldo da constituição

um povo assim tão rude obsoleto
já não se usa em sociedade
ainda que encapado em douto lhe falta o repto
que todo o ser livre faz à liberdade

se ao menos o tempo parasse
a tempo de tudo inverter
dando tempo a que surgisse
uma ideia a defender

fica a fama ultra-liberal
de ser povo gastador
quem construiu Portugal
foi coelho o caçador

somos um povo castrado
por anos de servidão
a procurar sempre do lado
contrário ao coração

querem-nos normalizados
aptos para exportação
achamos graça coitados
haja quem nos dê a mão

que fazer perante tal tragédia
sem alma não há movimento
triste drama o da comédia
que nos corta o pensamento

não há tempo para a glória
de sermos um povo amestrado
que evita o confronto da história
por impotência sagrado

há gente que pensa diferente
até pelo mundo inteiro
ser Português é ser gente
ouçam quem sente primeiro

de palavra na lapela
razão ao peito por entendimento
nem pátria nem capela
livre luz ao puro pensamento

se para tal for preciso
façamos sem rodeios a revolução
paramos Portugal com um sorriso
de corpo e alma livres da prisão

libertemos as crianças do marasmo
de serem o oásis no deserto
um povo que não ri morre de pasmo
um novo humanismo está por perto

deste povo nem posso não ser
por isso me inquieto
planto flores na esperança de nascer
a alma feminina que poeto

autor: jrg

4 comentários:

Antonio Esperança Pereira disse...

JRG muito bom... abraço!!!

Maria João Brito de Sousa disse...

Excelente, amigo João!
Abraço!

tem a palavra o povo disse...

Olá Antonio Esperança Pereira...bem vindo, amigo e obrigado pelas palavras que me incentivam...abraço fraterno, do jrg

tem a palavra o povo disse...

Olá Maria João Brito de Sousa, querida amiga e sonetista exímia...vindas de si as palavras têm outra dimensão...guardo-as com emoção...abraço e beijinho fraternos, do jrg