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A TAVERNA LITERÁRIA
*
foi trespassada
com todos os activos
e passivos
feitas as contas de exercício
pela nova administração
sobrava apenas lixo e pouco mais
de poemas e palavras
e de gente sem valor em demasia
que punha em perigo de rotura
intelectual
uma Taverna que nascera
para ser vínica
e de alforria à sede mundial
*
descobri por acaso
o edital
que se propunha interditar
o acesso a mais despejos
de lixo poético indocumentado
*
como fui eu parar a tal taberna
se sou abstémio
alguém me convidou
bebi cachaça
por vergonha ou boa educação
comi doces e salgados
pareceu-me que era asseadinha
*
tem gente o mundo
que cria espaços para ser loado
e se deixa embevecer
pelo comentário mais banal
eu não
se edito as palavras que a alma tem
são como pedras atiradas ao lago
penso positivo a reacção
se as comentam com lisura aprendo
mas se não há coisa nenhuma
aprendo a atirar noutra direcção
agora lixo...Não
são pedras!..senhor Elias Pacheco
autor: jrg
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