imagem cedida por Paula Pereira
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MÁTRIA...
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não há corpo
apenas uma imagem volátil
um sorriso subtil
um olhar de ansiedade
e palavras
que respiram nos respiram
que ficam a adejar
para além da sua própria evidência
delas palavras e do ser
que é mulher
o sol ao rubro
sem pudor da noite que o cobre
a casa ninho de criança
entre ramos disputando
na copa da árvore
a cada ave das muitas que pernoitam
o asilo à tempestade
que a calmaria faz adivinhar
no rumor do vento que brada
do outro lado do mar
num êxtase de ternura
mãe mátria mater mother mère madre
éme de maior de amor
entre vogais éme de mulher
rasgada a carne grito de coragem
mãe dum filho que não quer ceder
mulher de sexto sentido
esconde a cria arma defesas
procura cata sem perder o norte
confia esperança vencer
apenas um vulto
uma sombra agitada
num mar de gente que se esconde no medo
atiça-os no fogo
no regaço um menino
porta bandeira de espantosa força
que arrasta a natureza
amarinha sobre os destroços da ruína
rio de mágoas vencidas
de fulgurante beleza
quem és mulher
sou da nova era da Mátria
chamam-me P de purga P de pureza
amante do mundo
filha da esperança e da liberdade
mãe do futuro
não cedo à chantagem
nem ao medo vou de peito aberto
a minha arma é o amor
não guardo segredo
tanta alma num só corpo
indelével marca gravada na memória
abana agita a indolência
dos que se confiam e aos frutos sadios
na violência silenciosa da rapina
que cogita conspira capciosa
alma Mátria luz da esperança
cabelos soltos ao vento
sedutora é a sua consciência
maré viva na maresia do conhecimento
que venha a Mátria
sobre os destroços da última violência
pomba branca adejando
no lusco fusco do sol em fogo
que venha vestida de paz e amor
que a sua voz ecoe do silêncio dos abismos
onde a humanidade espasma contraída
Mátria mãe de toda a esperança
grito de dor no amanhecer da vida
Mátria mulher inteira
tanta alma num só corpo
indelével marca gravada na memória
abana agita a indolência
dos que se confiam e aos frutos sadios
na violência silenciosa da rapina
que cogita conspira capciosa
alma Mátria luz da esperança
cabelos soltos ao vento
sedutora é a sua consciência
maré viva na maresia do conhecimento
que venha a Mátria
sobre os destroços da última violência
pomba branca adejando
no lusco fusco do sol em fogo
que venha vestida de paz e amor
que a sua voz ecoe do silêncio dos abismos
onde a humanidade espasma contraída
Mátria mãe de toda a esperança
grito de dor no amanhecer da vida
Mátria mulher inteira
autor: jrg
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