A entrada no parque Jardim Terra Nostra mergulha-me em silêncios profundos à medida que vou avançando e descobrindo imagens absurdas de tamanha beleza botânica, de recantos criados por artistas de outros mundos mais perfeitos.
O Sol no zénite a refulgir raios cintilantes através das folhas de árvores centenárias, altivas e lindas de grande e pequeno porte. Pássaros que cruzam a densidade do ar em brincadeiras atrevidas, poisando nas ramadas, ou abeirando-se dos lagos e sobre extensas camadas de nenúfares , saltitarem de uma em outra e chapinhando a água morna e quieta.
As flores de cores absolutas, exóticas, múltiplas de género e efeitos sibilinos, transformando os nossos olhos em mirabolantes rodas giratórias.
Subimos carreiros, contornamos lagos e riachos, e voltamos a percorrer, como se de um labirinto que não quiséssemos encontrar o fio.
Os meus olhos emotivos, a voz abafada, tímida , afónica, contrastando com a grandeza que sinto de fazer parte, por um momento, de tão Edílica paisagem.
No cimo de uma elevação, por entre a folhagem de palmeiras e outras maravilhas arborícolas cujos nomes não registei, o edifício adaptado a hotel de grande magnitude arquitectónica a lembrar um conto de fadas, infância, lucidez adormecida. Só pode ser um sonho..
A piscina de águas lamacentas, sulfurosas, onde adultos e crianças se banqueteiam em movimentos ablativos da inércia citadina.
É um ambiente indescritível . Não é possível traduzir em palavras a cor e o enquadramento que os artistas se permitiram para criar uma atmosfera única de emoções sublimes e apaziguadoras.
Venham ver!.
Saímos pela mesma porta e lembrei-me, de repente , que tinha estranhado a entrada paga!... e sorri de felicidade.
registed by: Samuel Dabó
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