23/02/2008

ANDAMOS TODOS A FINGIR

Andamos todos a fingir.
Fingimos que não se passa nada. Que não amamos o que de facto amamos.
Fingimos que somos grandes e capazes. E somos, mas como fingimos, não sabemos.
Fingimos orgasmos alucinantes e passamos a maníaco-depressivos.
Fingimos que temos saúde e escondemos as maleitas dos olhares indiscretos.
Fingimos que ganhamos, quando as derrotas são uma constante na nossa vida. E continuamos a apostar nas mesmas intenções.
Fingimos seriedade no emprego, na vida social, nos negócios, na religião. Estamos sempre prontos a renegar os princípios.
Fingimos para com Deus e o Diabo, procurando corromper um ou outro, manipulando as nossas próprias intenções.
Fingimos quando dizemos ter jogado tudo, porque há sempre uma nova cartada, só a morte.
Fingimos a inocência, quando a culpa irradia do nosso comportamento compulsivo.
Fingimos a alegria em copos de vinho e doses de alucinógenos, abafando a tristeza da vida sem sentido.
Fingimos acreditar que o povo é inteligente e sabe o que quer e não esquece.
Andamos todos a fingir!...

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