23/01/2008

E O AMOR É !

Gostar, amar, a si próprio, com tudo o que compõe o ser que somos,externa e interiormente.
Eu costumo dizer que o cumulo do amor por si próprio, não é olhar a imagem reflectida na água ou no espelho e achar-se belo ou bela, segundo padrões subjectivos que diferem, as mais das vezes da relação ser/parecer, mas sim, o deliciar-se, gostar, dos aromas exalados, incluindo os que expelimos do interior de nós, através dos gazes ( vulgarmente chamados " bufas " ).
Gostar de si, e ou, do seu par, em absoluto.
O amor é uma paixão continua que não se extingue, ainda que subsistam problemas angustiantes na vida dos parceiros, se os aromas os prenderem e estimularem para os solver em conjunto.
O grande problema das desavenças conjugais é este desencontro entre o parecer (aromas comprados na perfumaria, atavios desproporcionados, linguagem desleal) e o ser, os aromas puros, a lealdade no projecto.
E é pela manhã que a verdade nua e crua se evidencia. Deitámos extasiados com os perfumes que aceitámos como padrão e aos poucos, pela manhã, ao acordar, o amor vai-se indo. E qualquer diferença de opinião, torna-se numa tempestade.
Relembro as mulheres que exalavam o aroma do cio, sob as sais curtas, quando subiam para os eléctricos de Lisboa, pela manhã, lavadas. Quantas mulheres eu não amei, sem ter amado?! E fiquei com uma delas para sempre.

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