22/12/2012

POEMA ABERTO AO PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA


foto pública tirada da net
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POEMA ABERTO
AO PRESIDENTE 
DA COMISSÃO EUROPEIA
«««//»»»
Olá camarada Abel
desculpa vir assim publicamente
venho pedir-te um olhar
lembras-te de mim sou o camarada Samuel
do comité dos livreiros semente
que o tempo não mais deixou medrar
*
todos os sonhos realizaste
devo ter de algum modo dado contributo
eu também sai do partido
fiz-me à vida e vi como bem te safaste
eu não me queixo não fora o luto
em que mergulharam o país já desvalido
*
passaram tantos anos
desde aqueles idos de setenta e cinco
cofiavas a barba marxista
exortavas a consciência dos direitos humanos
exaltando a cartilha com afinco
não te maçava não fora esta pandilha arrivista
*
a luta era dura mas seria 
ganha pela força de pensamentos elevados
que mil ideias tivessem florido
quisera eu ser faúlha que incendeia a pradaria
o povo morre às mãos dos teus mandados
que fazer camarada Abel para inverter este sentido
*
que se lixe o país dos poderosos
estou velho camarada recebo pensão de reformado
que a tua comissão e este governo
condenaram apenas por sermos os mais idosos
venho cobrar-te o tempo por mim dado
para que o teu sonho se tornasse mais terreno
*
a comissão que vens gerindo
ficará para a história como a casa mãe da desgraça
que se abateu sobre Portugal e Grécia
não foram os povos quem gastou cantando e rindo
nem é aceite que roubem a pensão na praça
venho cobrar-te por me teres envolvido nesta facécia
*
sejas bem vindo Camarada Abel
se repartires comigo e outros o sonho derradeiro
da revolução dos pobres sobre o tirano
que não larga o pensionista até que caia a pele
se condenares estes ladrões ao cativeiro
então fica-te bem o Nobel da paz direito humano
*
quisera eu acreditar em tal feito
se ninfas houvera à tua volta que me inspirassem
mas insisto no apelo ao teu sonho emérito
anexada a Lusitânia de espada e cruz ao peito
manda parar a louca rapinagem
antes que o povo astuto arme um novo exército
*
o que mais me dói de indignação
é esta sanha abrupta sobre os reformados
os teus amigos não largam o osso
os corpos fedem de velhice estanca a batida do coração
insensíveis carniceiros dentes ferrados
não largam até que a morte aperte o seu pescoço
*
fica aqui escrito camarada Abel
ou José Manuel de Durão Barroso doutor em leis
sobre as ruínas da tua comunidade
escorre sangue do meu povo vendido a granel
em Portugal são ladrões os novos reis
ouve-se no silêncio o grito às armas pela liberdade
*


autor jrg

1 comentário:

Maria João Brito de Sousa disse...

Um excelente poema!

Feliz Natal, amigo João Raimundo... não me apetece deixar que estes "sacanas" me roubem, também, a alegria natural que se vive nesta quadra!


Maria João