***
um dia pela madrugada ao acordar
vi que havia nas ruas muita agitação
pessoas esbaforidas sem norte
corpos fulminados por algo estranho no ar
ardiam carros e casas entre tanta explosão
os cães uivavam e gatos assanhados à morte
vi que havia nas ruas muita agitação
pessoas esbaforidas sem norte
corpos fulminados por algo estranho no ar
ardiam carros e casas entre tanta explosão
os cães uivavam e gatos assanhados à morte
chovia trovoava o vento galopante
amontoavam-se os corpos e os destroços
por um dia inteiro a destruir tantos milénios
a ver os rios a engrossarem mares na vazante
torrentes de lama a cobrirem ossos
apenas eu sobrevivente em tais mistérios
a terra tremia engolia montes e montanhas
um cheiro pestilento a gazes minérios e defuntos
o sol ofuscado por um vapor desconhecido
o mar rugindo dos abismos das entranhas
árvores arrancadas ouro pratas com os donos juntos
lentamente a solidão caindo sobre mim vencido
do alto duma falésia ainda absurdamente ilesa
sou o último vagabundo em todo o planeta
assisti incrédulo ao cataclismo pré-anunciado
o meu refúgio é uma gruta sem cama nem mesa
perscruto o horizonte sem fim grito e toco uma corneta
a romper o silêncio há dias instalado
durante sete dias nenhum movimento ou ruído
não sei se aconteceu aqui ou se em todo o mundo
imersa a minha alma nesta absoluta solidão
a respirar do ar denso o que restar de vida sem sentido
lembro a ninharia dum discurso vindo do fundo
como se a morte fosse dos outros sendo eu devastação
penso as florestas em todo o planeta arrasadas
a terra esventrada a cobiça do petróleo e outro minérios
a construção de casas vazias para rendimento
os mares os rios as correntes de água contaminadas
os fumos de viaturas e fábricas os fogos sumários
bombas despejadas à experiência ou nas guerras sofrimento
penso na proliferação de armas e centrais nucleares
nos avisos de cientistas e sábios da humanidade
penso nos jardins onde as flores se deram por vencidas
nas mulheres que me falaram através de seus olhares
penso se virá alguém de um absurdo lugar ileso a claridade
ou se regressarei um dia para viver outras vidas
...depois fui
não havia nada mais para fazer...
autor: jrg
amontoavam-se os corpos e os destroços
por um dia inteiro a destruir tantos milénios
a ver os rios a engrossarem mares na vazante
torrentes de lama a cobrirem ossos
apenas eu sobrevivente em tais mistérios
a terra tremia engolia montes e montanhas
um cheiro pestilento a gazes minérios e defuntos
o sol ofuscado por um vapor desconhecido
o mar rugindo dos abismos das entranhas
árvores arrancadas ouro pratas com os donos juntos
lentamente a solidão caindo sobre mim vencido
do alto duma falésia ainda absurdamente ilesa
sou o último vagabundo em todo o planeta
assisti incrédulo ao cataclismo pré-anunciado
o meu refúgio é uma gruta sem cama nem mesa
perscruto o horizonte sem fim grito e toco uma corneta
a romper o silêncio há dias instalado
durante sete dias nenhum movimento ou ruído
não sei se aconteceu aqui ou se em todo o mundo
imersa a minha alma nesta absoluta solidão
a respirar do ar denso o que restar de vida sem sentido
lembro a ninharia dum discurso vindo do fundo
como se a morte fosse dos outros sendo eu devastação
penso as florestas em todo o planeta arrasadas
a terra esventrada a cobiça do petróleo e outro minérios
a construção de casas vazias para rendimento
os mares os rios as correntes de água contaminadas
os fumos de viaturas e fábricas os fogos sumários
bombas despejadas à experiência ou nas guerras sofrimento
penso na proliferação de armas e centrais nucleares
nos avisos de cientistas e sábios da humanidade
penso nos jardins onde as flores se deram por vencidas
nas mulheres que me falaram através de seus olhares
penso se virá alguém de um absurdo lugar ileso a claridade
ou se regressarei um dia para viver outras vidas
...depois fui
não havia nada mais para fazer...
autor: jrg
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