dói-me que alguém diga
que amamos demais
a quem como onde porquê
assim de chofre como quem mata
e nos deixa esta agonia
por herança
de termos sido apenas nós
penso que não há amor demais
quando alguém se sente
em paz por ser de tanto amor amada
penso que o corpo cansa se cansa
quando a alma é esquecida
quando dentro do corpo
o sentimento de amar se esfria na mudança
dói-me que alguém parta de nós
por amarmos demais
e nos diga como estilhaços
a deixar-nos o nó da angústia
cravado na garganta antes tão dócil
dói-me o teu grito
de amor tanto porque te sinto
então digo-te que te olhes
que vejas a tua grande dimensão
tu mulher tão inteira
origem do amor e de toda a criatura
digo-te que não penses mais as palavras amargas
deixa que se solte a tua força
tão bela tu tão imensa
porque não sabes
ninguém sabe antes de acontecer
a força que o ser em si alçança
quando se ergue na imponência do amor
como uma flor que ousa e medra
entre as plantas daninhas que a acossam
ser a mais bela do jardim
autor: JRG
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