20/11/2017

NADA OU O ABSURDO DE SER-SE A CATARSE NÃO OCORRER




  1. foto de jrg*
  2. NADA OU O ABSURDO DE SER
    SE A CATARSE NÃO OCORRER
    *
    morro devagar
    o tempo a escorrer em tempestade...
    percorro abismos
    por entre montanhas até ao mar
    eu um grão de humanidade
    enrolado num manto de aforismos
    *
    o absurdo de viver
    entre espasmos de dor ou felicidade
    numa organização obscura
    usada para deixar a vida apodrecer
    com laivos d'alguma liberdade
    p'ra parecer verdade a mentira pura
    *
    ninguém é nada mas parece
    do alto da sua esplendorosa altivez
    políticos e donos de fortuna
    a morte é igual para quem se esquece
    da vida na sua ínfima pequenez
    não há grandeza nem poder sem lacuna
    *
    dói-me não saber o que atrai
    a matéria e a alma na vil consonância
    para se consubstanciarem em amor
    um amor estranho que ao somar subtrai
    e se transforma em arrogância
    espalhando ódio medo morte e tanta dor
    *
    morro lentamente
    não viverei já na nova humanidade
    nem testemunharei a implosão
    da terra insustentável e insuficiente
    instada a ter prazo de validade
    por estúpida absurda e alienada razão
    *
    a não ser que uma ideia regenere
    e impeça a barbárie desumana de vencer
    todos à uma provocando a maré viva
    a catarse do amor e da paz quanto puder
    que acabe com tudo o que faz morrer
    e abra à humanidade uma nova perspectiva
    *
    Se quisermos...Venceremos!!!
    jrg

Sem comentários: