- NADA OU O ABSURDO DE SER
SE A CATARSE NÃO OCORRER
*
morro devagar
o tempo a escorrer em tempestade...
percorro abismos
por entre montanhas até ao mar
eu um grão de humanidade
enrolado num manto de aforismos
*
o absurdo de viver
entre espasmos de dor ou felicidade
numa organização obscura
usada para deixar a vida apodrecer
com laivos d'alguma liberdade
p'ra parecer verdade a mentira pura
*
ninguém é nada mas parece
do alto da sua esplendorosa altivez
políticos e donos de fortuna
a morte é igual para quem se esquece
da vida na sua ínfima pequenez
não há grandeza nem poder sem lacuna
*
dói-me não saber o que atrai
a matéria e a alma na vil consonância
para se consubstanciarem em amor
um amor estranho que ao somar subtrai
e se transforma em arrogância
espalhando ódio medo morte e tanta dor
*
morro lentamente
não viverei já na nova humanidade
nem testemunharei a implosão
da terra insustentável e insuficiente
instada a ter prazo de validade
por estúpida absurda e alienada razão
*
a não ser que uma ideia regenere
e impeça a barbárie desumana de vencer
todos à uma provocando a maré viva
a catarse do amor e da paz quanto puder
que acabe com tudo o que faz morrer
e abra à humanidade uma nova perspectiva
*
Se quisermos...Venceremos!!!
jrg
Blog de intervenção e reflexão e alguma literatura, numa salada que pretendo harmoniosa e saudável.
20/11/2017
NADA OU O ABSURDO DE SER-SE A CATARSE NÃO OCORRER
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