foto pública tirada da net
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AINDA A INVEJA
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somos povo mesquinho
de tal sorte
capazes de guardar sem serventia
um bem privado ou público
num canto da casa ou do quintal
só por invejar bens de outros
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habituados à servidão
servimos-nos cruelmente da astúcia
puta só ladrão só
e quando alguém se evade desta atença
se homem é vigarista
se mulher é apodada de putéfia
*
somos um povo habilidoso
desenrascado à procura de biscates
se alguém que ganha mais
for roubado seja por lei ou por privado
acomodamos no silêncio
o medo de sermos pelo mesmo motivo achados
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vamos ao grito na multidão
vazamos os instintos há muito abafados
atiramos pedras aos fracos
cada um de nós é o mais puro e incita os outros
sem saber qual a razão
por isso nos iludimos do que mais parecer
*
somo um povo carente de destino
de olhar cabisbaixo vendemos a dignidade
por um naco e tanto de lixeira
ainda que tenhamos uma leira nossa de terra
somos pobres de tudo até no pedir
não vá a pobreza ruir e deixar-nos à mingua
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cansados de viver em vã disputa
olhamos os mais jovens que protestam
como uma faúlha desgarrada
isto foi sempre assim disseram os antes de nós
vocês não querem é trabalhar
como quem diz aéreamente desenrasquem-se
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somos um povo invejoso
a quem a revolução sempre encontra
à esquina de mãos nos bolsos
a mirar para que lado a vitória engrossa
na dúvida silenciados
mas se ganham os revoltosos soltamos a euforia
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quero saudar a juventude com IDEIAS
as Mulheres
todos os que não se vergam ao poder discricionário
os possuidores de mentalidade nova
as crianças que não aceitam a nossa rendição
por um novo Humanismo
jrg
2 comentários:
Fantástico! Comovi-me. Lindo, lindo, lindo. beijinhos
Olá Maria da Fonte...quem dera que a história se repetisse e tu, mulher, Maria da Fonte, com um poema em cada mão, zurzisses esta cáfila arrogante de políticos sem escrúpulos que se instalou neste lugar onde vivemos...beijinhos, amiga, do joão raimundo
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