foto de Paula Pereira
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MATRIARCA...
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um halo de luz num céu sombrio
de sonhos rosa vestida
o ventre de vida estremecendo
mãe mulher de alto brio
que recusa pelo caos ser vencida
levanta o véu tecendo
teias de amor sobre o sangue frio
*
desliza pelo silêncio adejando
toca todo o ser mulher
acorda a coragem inconsciente
de onde ágil perturbando
a ordem patriarcal já a fenecer
ergue vitoriosa sua mente
atrai à mudança o povo brando
*
vem doce tão bela no seu esplendor
ornada a humildes saberes
chama que abriga a alma feminina
na firme armadura do amor
com que exibe e planta seus poderes
usurpados ainda era menina
por quem viu nela a força d'além dor
*
convoca as adúlteras as prostitutas
que a ordem pátria profanou
as descrentes submissas à violência
vítimas das medidas astutas
que o homem vil para elas inventou
subleva da mãe a consciência
convoca púberes as mulheres adultas
*
já o sol no alvor da fria madrugada
aviva sonho e pensamento
ferindo de morte o pesadelo agonizante
quem lá vem não usa espada
nem aterroriza pela lei o valimento
é mãe que cuida eternamente
e espalha amor da alma pura adocicada
*
quem lá vem é MÁTRIA mulher inteira
luz de justiça e de esperança
liberta das vis amarras mercantilistas
adúlteras da alma pioneira
rasga as convenções semeia confiança
onde jazem as mentes elitistas
ela constrói uma nova era a derradeira
*
autor: jrg
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