Alberto João Jardim…ILHA PORTUGUESA DA MADEIRA
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que olhos podem ser sendo tão pequeninos
se não for para da alma se ocultarem
os anseios de rapina que transparecem felinos
neste olhar provocante a saltitarem
*
que lábios onde se acoitam os charutos grados
podem nos olhos ser a expressão
o que vejo é alguém que se limita a eliminar os verdes prados
contra tudo e contra todos sendo o mais poderoso da nação
*
os olhos denotam as manhas da raposa
a crueldade das águias sobre as vitimas indefesas
os lábios ganham uma forma estranha acintosa
sobre a pressão dos charutos às avessas
*
sendo esta imagem um mimo expresso de arrogância
os olhos mortiços parecem querer dizer
sou o que resta do império uma vitima da ganância
não me venham com tretas façam o que eu quiser
*
vejam bem estes olhos rendidos à soberba onde marina
a ideia de deus impune porque omnipotente
o anel estendido no convite ao beija mão de gente gran-fina
os lábios a sorver do vício de que não se sente
*
estes lábios estes olhos não são usurpadores
apenas se movem num ambiente absurdo e permissivo
ante os olhares incrédulos de outros ditadores
são olhos que cativam à ignorância um pendor festivo
*
e dizem mais penso quando assim os vejo
rodeados pela corte dos lábios obscenamente enfunados
dizem que sendo deus morto alimentam o desejo
de extraditar a Ilha para onde vivam deuses endinheirados
autor: jrg
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