"RASCA...ENRASCADO...À RASCA...DESENRASCANÇO...
Hoje quero pensar sobre a palavra "Rasca" usada pelas pessoas menos instruídas e, por simpatia,
adoptada pelas restantes em situações menos formais, para definir, basicamente, duas situações de
alguma aflição pessoal ou colectiva...
Diz-se: estar à rasca ou enrascado...
- Eh pá!...estou à "rasca" para cagar!...ou mijar!...
- Eh pá!...estou à rasca para pagar uma conta !...ou...sem dinheiro para comer!...
- Eh pá!...estou à rasca para cumprir um prazo que dei!...ou... um compromisso de honra!...
Sendo uma característica bem vincada no povo Lusitano-Português, estar enrascado e desenrascar-se,
nem sempre pelos métodos mais civilizados...o desenrascanço, medido pelo adágio popular: "um
homem enrascado é pior que uma mulher bêbada.." é, ainda hoje, um motivo do nosso orgulho
nacional..."eu desenrasco-me!...
E diz-se: é rasca...não tem qualidade...pode deixar-nos enrascados...
Rasca, neste segundo conceito, é algo, pessoa ou coisa, de má qualidade, sem préstimo nem garantia
de nos bastar os propósitos...
Considerar, no que concerne às pessoas, uma geração "Rasca" e ou à "Rasca" e fazer destas
conotações "ex-libris" geracionais, é, no meu entender, uma evidência da perda de valores, e do
avolumar de mediocridade que vem moldando os grupos elitistas dos diversos sectores de actividade
humana, em Portugal e por todo o mundo, desde há algumas décadas, a que a dinamização das
sucessivas crises que vêm afectando a harmonia da humanidade, não é alheia...
Na realidade, a geração que se denominou "Rasca" é tão só vitima duma sociedade emergente que,
destituída de ideais, tendo descoberto o absurdo e enterrado as divindades, galvanizada pelo
desabrochar das tecnologias de acesso ao conhecimento e absorvida pela ânsia do ter, gerada pela
sociedade da abastança, se esqueceu do ser pessoa...e valeu tudo...A chamada geração "rasca" é,
sobretudo, vitima da traficância das drogas alucinantes que vieram ao encontro de colmatar as
brechas deixadas sem resposta... ter a todo o custo..se não consegues..esquece...droga-te...quem não
tem é "rasca"...quem não consegue ter é "enrascado..."por um lado, políticos, empresários,
eclesiásticos de parceria com pessoas de índole humana duvidosa, enriqueceram destruindo os
melhores dessa juventude enfraquecida pela dúvida e rodeada de bens materiais que a projectavam
para uma vida intensa e sem sentido...por outro, a escola aberta, as leis que proibiam o consumo, para
fomentar o tráfico, a indiferença pelos mais frágeis, a condenação pública dos jovens e suas famílias,
por não terem sabido contrariar as leis da nova selva...deixaram, talvez por conveniência própria, que
se perdesse aquela que poderia ter sido uma geração de ouro em toda a humanidade...
A sociedade da abastança tem os dias contados porque assente em pressupostos desumanos, cavando
o fosso entre os que cada vez mais têm e os que cada vez menos têm, tendencialmente afastada dos
problemas sociais e da solidariedade se transformou numa sociedade sem amor...virada para o lucro
financeiro...onde os bens produzidos não contam...o que conta é a administração, por mentes
criminosas, dum mundo global, regido por princípios precários, insalubre, e sem dimensão
humana...mentes criminosas, alertadas pela provável escassez dos recursos naturais e convencida que
pode comprar até um novo planeta...numa outra Galáxia...
É dentro deste contexto de falência técnica da sociedade de consumo que surge um novo epíteto para
designar uma geração: "à Rasca..." não me lixem...enquanto que a denominada geração "Rasca..." foi
induzida a não pensar...a deixar-se ir no "tásse bem..." para não confrontar a perda de valores com a
ausência de novos valores...a esta nova auto-denominada geração " à Rasca..." tiraram-lhe o tapete
das oportunidades...estava tudo ao seu alcance e já não está...agora é uma chatice...é preciso
pensar...pensar...pensar...retomar as memórias...mergulhar no inconsciente individual e
colectivo...tomar consciência que já não há pátrias ditas independentes...não houve...desde
sempre...mas parecia...eleger a mulher como a criadora absoluta da criatura humana...e partilhar com
ela, conferindo-lhe a direcção, as regras do novo humanismo que adeja sobre as nossas insuficiências...
autor: jrg
Hoje quero pensar sobre a palavra "Rasca" usada pelas pessoas menos instruídas e, por simpatia,
adoptada pelas restantes em situações menos formais, para definir, basicamente, duas situações de
alguma aflição pessoal ou colectiva...
Diz-se: estar à rasca ou enrascado...
- Eh pá!...estou à "rasca" para cagar!...ou mijar!...
- Eh pá!...estou à rasca para pagar uma conta !...ou...sem dinheiro para comer!...
- Eh pá!...estou à rasca para cumprir um prazo que dei!...ou... um compromisso de honra!...
Sendo uma característica bem vincada no povo Lusitano-Português, estar enrascado e desenrascar-se,
nem sempre pelos métodos mais civilizados...o desenrascanço, medido pelo adágio popular: "um
homem enrascado é pior que uma mulher bêbada.." é, ainda hoje, um motivo do nosso orgulho
nacional..."eu desenrasco-me!...
E diz-se: é rasca...não tem qualidade...pode deixar-nos enrascados...
Rasca, neste segundo conceito, é algo, pessoa ou coisa, de má qualidade, sem préstimo nem garantia
de nos bastar os propósitos...
Considerar, no que concerne às pessoas, uma geração "Rasca" e ou à "Rasca" e fazer destas
conotações "ex-libris" geracionais, é, no meu entender, uma evidência da perda de valores, e do
avolumar de mediocridade que vem moldando os grupos elitistas dos diversos sectores de actividade
humana, em Portugal e por todo o mundo, desde há algumas décadas, a que a dinamização das
sucessivas crises que vêm afectando a harmonia da humanidade, não é alheia...
Na realidade, a geração que se denominou "Rasca" é tão só vitima duma sociedade emergente que,
destituída de ideais, tendo descoberto o absurdo e enterrado as divindades, galvanizada pelo
desabrochar das tecnologias de acesso ao conhecimento e absorvida pela ânsia do ter, gerada pela
sociedade da abastança, se esqueceu do ser pessoa...e valeu tudo...A chamada geração "rasca" é,
sobretudo, vitima da traficância das drogas alucinantes que vieram ao encontro de colmatar as
brechas deixadas sem resposta... ter a todo o custo..se não consegues..esquece...droga-te...quem não
tem é "rasca"...quem não consegue ter é "enrascado..."por um lado, políticos, empresários,
eclesiásticos de parceria com pessoas de índole humana duvidosa, enriqueceram destruindo os
melhores dessa juventude enfraquecida pela dúvida e rodeada de bens materiais que a projectavam
para uma vida intensa e sem sentido...por outro, a escola aberta, as leis que proibiam o consumo, para
fomentar o tráfico, a indiferença pelos mais frágeis, a condenação pública dos jovens e suas famílias,
por não terem sabido contrariar as leis da nova selva...deixaram, talvez por conveniência própria, que
se perdesse aquela que poderia ter sido uma geração de ouro em toda a humanidade...
A sociedade da abastança tem os dias contados porque assente em pressupostos desumanos, cavando
o fosso entre os que cada vez mais têm e os que cada vez menos têm, tendencialmente afastada dos
problemas sociais e da solidariedade se transformou numa sociedade sem amor...virada para o lucro
financeiro...onde os bens produzidos não contam...o que conta é a administração, por mentes
criminosas, dum mundo global, regido por princípios precários, insalubre, e sem dimensão
humana...mentes criminosas, alertadas pela provável escassez dos recursos naturais e convencida que
pode comprar até um novo planeta...numa outra Galáxia...
É dentro deste contexto de falência técnica da sociedade de consumo que surge um novo epíteto para
designar uma geração: "à Rasca..." não me lixem...enquanto que a denominada geração "Rasca..." foi
induzida a não pensar...a deixar-se ir no "tásse bem..." para não confrontar a perda de valores com a
ausência de novos valores...a esta nova auto-denominada geração " à Rasca..." tiraram-lhe o tapete
das oportunidades...estava tudo ao seu alcance e já não está...agora é uma chatice...é preciso
pensar...pensar...pensar...retomar as memórias...mergulhar no inconsciente individual e
colectivo...tomar consciência que já não há pátrias ditas independentes...não houve...desde
sempre...mas parecia...eleger a mulher como a criadora absoluta da criatura humana...e partilhar com
ela, conferindo-lhe a direcção, as regras do novo humanismo que adeja sobre as nossas insuficiências...
autor: jrg
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