16/11/2009

A POESIA CORRE EM CASCATA SIBILINA

a poesia é um riacho
de água cristalina
se purifica encosta abaixo
na plavra do poeta sibilina

vem desenfreada na torrente
salta sucalcos que o leito cava
na confissão o poeta torna urgente
dizer que a água também suja quando lava

desce docemente e limpida
confessa a sordidez do apetite
é homem também o poeta que liquida
a conta ancestral que pede quite

de repente um declive acentuado
que belo a poesia em cascata
o poeta em confissão impudorado
diz que basta para nó o da gravata

e dito isto para que o não pensem confuso
o poeta adensa a sua vida de mistério
a poesia é o estado da alma a que falta o parfuso
libertina é um riacho que corre norte e sul o hemisfério

autor: JRG

Sem comentários: