05/11/2006

À BOLINA

Amas um homem casado que já não ama a sua esposa mãe de dois gémeos , filhos dele. De quando ainda havia amor.E ele ama-te, sofregamente, furtuito,em cada encontro, no descampado da leziria ou no local mais sombrio do parque de hipermercado.
Há um partilhar de emoções novas. A construção de projectos que se adelgaçam com o tempo. E a esperança.
És bela e sensual, igualmente casada com um homem que amaste mas que os anos cansaram e se quedou,pai das duas gémeas que tu geraste, quando tudo estava no inicio e acreditavas no amor eterno.
Foi quando te conheci, entre o desencanto e o desabrochar da paixão. Sonhei com a simbiose perfeita entre nós. O absoluto. A irreverência do teu olhar e a ternura das palavras. A linguagem do corpo. Sonhei.

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