30/12/2012

2013


imagem de Alfonso Paz

2013

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A Esperança, toda a Esperança, reside na nossa capacidade de resistir, de criarmos alianças com outros povos, de declararmos guerra às formas de governo ditatoriais  ainda que mascaradas de democracia...está aos olhos de todos que a chamada democracia está a ser subvertida por este governo em Portugal, hoje...
O que importa é o que nos une, o direito a sermos tratados com humanidade...as diferenças são trocos que devemos habituar-nos a juntar para uma unidade futura...
Está em curso uma mudança cósmica de grande dimensão…adivinham-se convulsões que abalarão os sistemas de organização humana, há hiatos no e de pensamento, uma revolução de natureza global, vinda da base para o topo da ancestral pirâmide dos poderes, político, económico e financeiro que transformará a vida no Planeta…
O estado em si, através dos governos, deixou de ser uma pessoa de bem…acossados pelo descalabro das contas públicas,  corroídos pela corrupção, quebraram contratos e promessas, cortando salários e pensões, atiçando pessoas contra pessoas numa divisão atípica de mais ricos e menos ricos dos pobres…
A ideia de riqueza associada ao dinheiro, ao ouro, à posse de bens móveis e imóveis  acumulada por usurpação das mais-valias geradas pelo trabalho, na especulação das bolsas e na engrenagem complexa de empréstimos públicos a privados, a juro baixo, que por sua vez emprestam aos estados a juros superiores, alavancados na segurança internacional que se solidariza com o esquema, está posta em causa por uma sociedade humana, descrente da via do ter a todo o custo e carenciada de amor…
A justiça, pensada para ser administrada com equidade, é uma falácia, porque o poder de litigância está reservado, apenas, aos detentores de riqueza material e influência política ou de corporação.
A economia definha, endividada, sem compradores, nem ideias que permitam a sua conversão para uma base sustentável e de valia humana, dissimula-se num crescendo da economia paralela, livre de impostos e de fiscalização, permissivamente instalada para suprir as dificuldades da economia organizada, que se julga serem de curta duração, e porque é uma fonte fiável de corrupção activa, além de via fortificada para impedir a revolta generalizada das populações, o biscate não paga impostos e retém as pessoas na acomodação de suas casas. Os bens transaccionáveis não o são pelo seu valor intrínseco ou de mercado, mas pela especulação financeira…fabrica-se mais do que é possível consumir…com o resultado nefasto do aumento do desperdício....da criação de excedentes que mais tarde ou mais cedo engrossam o negócio das sucatas.
O comércio florescente de estupefacientes, não tem paralelo com qualquer outro tipo de actividade humana lucrativa…assenta, sobretudo, na proibição da venda e do consumo e na sua criminalização…enquanto for proibido a procura cresce, o preço aumenta…enquanto for proibido, aumenta a sedução para o consumo, apresentada como um método eficaz para resolver as carências de todos os níveis do pensamento humano…acredita-se que as medidas punitivas, contra o tráfico, nascem duma comparticipação mútua de interesses públicos e privados ...as insuficiências, o abandono, a indiferença, a injustiça, a falta de estímulo, são supridas com a tomada de drogas…os lucros divididos geram um fabuloso enriquecimento ilícito, contra o qual se recusa legislar...
O amor como moeda de troca galvaniza as emoções dos que já nada têm a perder, por mera curiosidade intelectual ou por convicção filosófica…”Antes Pastores da Lusitânia Que Vitimas da Tirania” é uma expressão que ganha adeptos, entre os desesperados, ao verem as suas vidas trespassadas, por violentas medidas discricionárias, acompanhadas da exorbitação do medo e das restrições ao livre desenvolvimento das pessoas.
É neste clima cataclítico, que nasce um novo ano, onde as perspectivas animadoras e de esperança, são uma miragem...a juntar à pilhagem perpetrada por este governo em 2012 e face ao que se preparam para pilhar em 2013 e seguintes, em breve Portugal estará  de novo "Orgulhosamente Só"...sem direito à greve, a bem da nação...sem horário de trabalho, a bem da nação...sem convenções de trabalho, a bem da nação...sem liberdade de expressão, a bem da nação, sem mínimos salariais, a bem da nação...sem cuidados médicos essenciais, a bem da nação...sem escolas para todos, a bem da nação...sem liberdade de expressão e de reunião, a bem da nação...sem economia nem trabalho, a bem da nação...em breve voltarão os tribunais de excepção e não tarda, será referendada uma nova constituição...tudo a bem da nação...
Antes Pastor da Lusitânia que vítima desta tirania...
Que o novo ano de 2013 traga à gente Portuguesa o sentido do significado de Nação, que os dicionários traduzem como Povo...



autor: jrg

22/12/2012

POEMA ABERTO AO PRESIDENTE DA COMISSÃO EUROPEIA


foto pública tirada da net
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POEMA ABERTO
AO PRESIDENTE 
DA COMISSÃO EUROPEIA
«««//»»»
Olá camarada Abel
desculpa vir assim publicamente
venho pedir-te um olhar
lembras-te de mim sou o camarada Samuel
do comité dos livreiros semente
que o tempo não mais deixou medrar
*
todos os sonhos realizaste
devo ter de algum modo dado contributo
eu também sai do partido
fiz-me à vida e vi como bem te safaste
eu não me queixo não fora o luto
em que mergulharam o país já desvalido
*
passaram tantos anos
desde aqueles idos de setenta e cinco
cofiavas a barba marxista
exortavas a consciência dos direitos humanos
exaltando a cartilha com afinco
não te maçava não fora esta pandilha arrivista
*
a luta era dura mas seria 
ganha pela força de pensamentos elevados
que mil ideias tivessem florido
quisera eu ser faúlha que incendeia a pradaria
o povo morre às mãos dos teus mandados
que fazer camarada Abel para inverter este sentido
*
que se lixe o país dos poderosos
estou velho camarada recebo pensão de reformado
que a tua comissão e este governo
condenaram apenas por sermos os mais idosos
venho cobrar-te o tempo por mim dado
para que o teu sonho se tornasse mais terreno
*
a comissão que vens gerindo
ficará para a história como a casa mãe da desgraça
que se abateu sobre Portugal e Grécia
não foram os povos quem gastou cantando e rindo
nem é aceite que roubem a pensão na praça
venho cobrar-te por me teres envolvido nesta facécia
*
sejas bem vindo Camarada Abel
se repartires comigo e outros o sonho derradeiro
da revolução dos pobres sobre o tirano
que não larga o pensionista até que caia a pele
se condenares estes ladrões ao cativeiro
então fica-te bem o Nobel da paz direito humano
*
quisera eu acreditar em tal feito
se ninfas houvera à tua volta que me inspirassem
mas insisto no apelo ao teu sonho emérito
anexada a Lusitânia de espada e cruz ao peito
manda parar a louca rapinagem
antes que o povo astuto arme um novo exército
*
o que mais me dói de indignação
é esta sanha abrupta sobre os reformados
os teus amigos não largam o osso
os corpos fedem de velhice estanca a batida do coração
insensíveis carniceiros dentes ferrados
não largam até que a morte aperte o seu pescoço
*
fica aqui escrito camarada Abel
ou José Manuel de Durão Barroso doutor em leis
sobre as ruínas da tua comunidade
escorre sangue do meu povo vendido a granel
em Portugal são ladrões os novos reis
ouve-se no silêncio o grito às armas pela liberdade
*


autor jrg

09/12/2012

OS DEZ MANDAMENTOS QUE CONDENAM O XIX GOVERNO CONSTITUCIONAL DA REPÚBLICA PORTUGUESA !!!


quadro de Rembrandt
«««//»»»
OS DEZ MANDAMENTOS QUE CONDENAM
O XIX GOVERNO CONSTITUCIONAL
DA REPÚBLICA PORTUGUESA !!!
I
não roubarás
mas passos e gaspar roubaram
primeiro os reformados
que indefesos já não distinguem deus de barrabás
depois os outros que acreditaram
que era já farta a fome dos poderes esfaimados
II
não matarás
mas os macedos sanguinários
sinistros de pica e bastão
condenaram à morte lenta sem pira nem gaz
sob aplausos correligionários
os demais sobreviventes da inclitica nação
III
não cobiçarás
nem a mulher nem a coisa alheia
mas as portas corriqueiras
abrem a frente aos negócios com a mão atrás
e abrem a traseira coisa feia
com as luvas sempre cheias e certeiras
IV
Não mentirás
nem sobre os ídolos da constituição
que reconhece o povo soberano
por falsa castidade  ou desgoverno  não te rirás
enquanto vendes alma e coração
que é dos bens terrenos o mais humano
V
não governarás
adorando os ídolos ímpios estrangeiros
reduzindo à miséria o teu povo
ao demónio a tua alma e a riqueza entregarás
como resgate dos dinheiros
que perdeste no vício do viciado jogo
VI
não honrarás
a memória dos teus egrégios e santos avós
destruindo tudo o que deixaram
a dignidade de livre não precisa d'alvarás
ou da caridadezinha dum motar a sós
condeno-vos a devolverem o que já roubaram
VII
não odiarás
sobre todas as coisas o reformado e o trabalhador
nem mulher que anseia pão para seu filho
contra o senhor dos exércitos não mais te revoltarás
farei que pagues por toda justiça sem amor
condeno-vos ao exílio para que aprendeis o novo trilho
VIII
não ignorarás
a vontade e o saber no povo acumulado
nem o Sábado e o Domingo
porque são os dias da marcha contra o teu ídolo Satanás
a quem seguis de veras obstinado
condeno-vos à fuga permanente e sem abrigo
IX
Não sobreviverás
ao adultério das leis comuns e das constitucionais
à falsa castidade nem aos ardis
por onde rastejais... de onde vindes? de Alcoentre ou Alcatraz?
mando que acordem os lusos que apagais
que em cada coração se eleve a chama dos amores que fiz

X
Não Passarás
incólume pelo silêncio protestativo da multidão
em cada lamento nasce a coragem
perante a qual ao seres derrubado te calarás
de nada te valendo a oração
porque deus não perdoa à vilanagem

autor: jrg