29/04/2011

"GERAÇÃO RASCA..." ENRASCADO..."GERAÇÃO À RASCA..." DESENRASCANÇO...

"RASCA...ENRASCADO...À RASCA...DESENRASCANÇO...

Hoje quero pensar sobre a palavra  "Rasca" usada pelas pessoas menos instruídas e, por simpatia,

adoptada pelas restantes em situações menos formais, para definir, basicamente, duas situações de

alguma aflição pessoal ou colectiva...

Diz-se: estar à rasca ou enrascado...

- Eh pá!...estou à "rasca" para cagar!...ou mijar!...
- Eh pá!...estou à rasca para pagar uma conta !...ou...sem dinheiro para comer!...
- Eh pá!...estou à rasca para cumprir um prazo que dei!...ou... um compromisso de honra!...

Sendo uma característica bem vincada no povo Lusitano-Português, estar enrascado e desenrascar-se,

nem sempre pelos métodos mais civilizados...o desenrascanço, medido pelo adágio popular: "um

homem enrascado  é pior que uma mulher bêbada.." é, ainda hoje, um motivo do nosso orgulho

nacional..."eu desenrasco-me!...

E diz-se: é rasca...não tem qualidade...pode deixar-nos enrascados...

Rasca, neste segundo conceito, é algo, pessoa ou coisa, de má qualidade, sem préstimo nem garantia

de nos bastar os propósitos...
Considerar, no que concerne às pessoas, uma geração "Rasca" e ou à "Rasca" e fazer destas

conotações "ex-libris" geracionais, é, no meu entender, uma evidência da perda de valores, e do

avolumar de mediocridade que vem moldando os grupos elitistas dos diversos sectores de actividade

humana, em Portugal e por todo o mundo, desde há algumas décadas, a que a dinamização das

sucessivas crises que vêm afectando a harmonia da humanidade, não é alheia...

Na realidade, a geração que se denominou "Rasca" é tão só vitima duma sociedade emergente que,

destituída de ideais, tendo descoberto o absurdo e enterrado as divindades, galvanizada pelo

desabrochar das tecnologias de acesso ao conhecimento e absorvida pela ânsia do ter, gerada pela

sociedade da abastança, se esqueceu do ser pessoa...e valeu tudo...A chamada geração "rasca" é, 

sobretudo, vitima da traficância das drogas alucinantes que vieram ao encontro de colmatar as

brechas deixadas sem resposta... ter a todo o custo..se não consegues..esquece...droga-te...quem não

tem é "rasca"...quem não consegue ter é "enrascado..."por um lado, políticos, empresários,

eclesiásticos de parceria com pessoas de índole humana duvidosa, enriqueceram destruindo os

melhores dessa juventude enfraquecida pela dúvida e rodeada de bens materiais que a projectavam

para uma vida intensa e sem sentido...por outro, a escola aberta, as leis que proibiam o consumo, para

fomentar o tráfico, a indiferença pelos mais frágeis, a condenação pública dos jovens e suas famílias,

por não terem sabido contrariar as leis da nova selva...deixaram, talvez por conveniência própria, que

se perdesse aquela que poderia ter sido uma geração de ouro em toda a humanidade...

A sociedade da abastança tem os dias contados porque assente em pressupostos desumanos, cavando

o fosso entre os que cada vez mais têm e os que cada vez menos têm, tendencialmente afastada dos

problemas sociais e da solidariedade se transformou numa sociedade sem amor...virada para o lucro

financeiro...onde  os bens produzidos não contam...o que conta é a administração, por mentes

criminosas, dum mundo global, regido por princípios precários, insalubre, e sem dimensão

humana...mentes criminosas, alertadas pela provável escassez dos recursos naturais e convencida que

pode comprar até um novo planeta...numa outra Galáxia...
É dentro deste contexto de falência técnica da sociedade de consumo que surge um novo epíteto para

designar uma geração: "à Rasca..." não me lixem...enquanto que a denominada geração  "Rasca..." foi

induzida a não pensar...a deixar-se ir no "tásse bem..." para não confrontar a perda de valores com a

ausência de novos valores...a esta nova auto-denominada geração " à Rasca..." tiraram-lhe o tapete

das oportunidades...estava tudo ao seu alcance e já não está...agora é uma chatice...é preciso

pensar...pensar...pensar...retomar as memórias...mergulhar no inconsciente individual e

colectivo...tomar consciência que já não há pátrias ditas independentes...não houve...desde

sempre...mas parecia...eleger a mulher como a criadora absoluta da criatura humana...e partilhar com

ela, conferindo-lhe a direcção, as regras do novo humanismo que adeja sobre as nossas insuficiências...

autor: jrg

21/04/2011

O TEMPO NOVO É DE UTOPIA !!!

na exacta medida em que todos os recursos naturais escasseiam...os lobos tornam-se mais famintos...os vampiros mais sedentos de sangue...as hienas riem estupidamente adivinhando os nossos despojos...alguém ainda duvida que estamos a ser lançados aos porcos??? é tempo de criar o povo da UTOPIA !!!
 ***
havia tanto tempo que alimentavam
de sonho em sonho a ilusão
ainda que um pesadelo se intrometesse
habituados aos deuses que os subjugavam
seguiam em frente sem conter a emoção
até que a morte os acometesse
 {#emotions_dlg.redflower}
de súbito todos os sonhos eram de verdade
por mais que os oradores se esforçassem
das mentiras acumuladas saíam prémios de erosão
viver passou a prazo de longa validade
nem deus nem amo que por nós olhassem
remetidos ao silêncio subterrâneo da razão
 {#emotions_dlg.blueflower}
que fazer diziam os ainda salafrários
tão definitivamente descrentes que emigraram
deixando à sua sorte pouca os mais frágeis da nação
porque assim não dá para alimentar os usurários
sequer dá gozo viver entre os pobres que ficaram
fechadas que foram as portas da emigração
 {#emotions_dlg.orangeflower}
e foi assim que nasceu de derradeiro sonho a UTOPIA
agora que não restava nada mais para roubar
havia casas vazias para toda a gente
e campos de ninguém que semear urgia
organizaram as mentes um momento para pensar
distribuíram tarefas justas irmãmente
 {#emotions_dlg.blueflower}
éramos dez e agora somos menos de um milhão
florescem de novo rosas nos passeios
oscila sob a brisa de silêncio o mundo novo
da nova humanidade em construção
abolidos que foram o oiro e o dinheiro nos anseios
a hora é de viver a harmonia natural como povo
 {#emotions_dlg.redflower}
seguiram então a remos os pescadores
puxaram a rede a braços como antigamente
salgaram o peixe excessivo aos magotes
lavraram campos a enxada os lavradores
ceifaram as searas comummente
enquanto outros teciam achas para archotes
 {#emotions_dlg.blueflower}
 os professores transmitiam conhecimento
à sombra das árvores seculares
espalhando sabedoria pelas trevas
a chama assim alimentada sem tormento
fortalecia a unidade e os avanços regulares
que mundo é este aonde me levas...
 {#emotions_dlg.redflower}
 sem dinheiro nem riquezas materiais
sem exército bancos nem ladrões de ocasião
sem sociedades secretas financeiras
a vida decorria bucólica e livre entre os matagais
que sustinham dos ventos a exaltação
até ao mar de cujo sal se equilibravam as fronteiras
{#emotions_dlg.blueflower}
criamos o estatuto povo património da humanidade
todos humildemente ricos em sabedoria
com crescimento humano sustentado
a liderança entregue a representantes por actividade
administrando a justiça com bom senso e parceria
demos a volta antes que nos tivessem enterrado...
 {#emotions_dlg.bouquete}

autor : jrg
 

17/04/2011

CARTA AOS "PATRIOTAS" !!!...

CARTA AOS "PATRIOTAS"


não sou nem sonho ser patriota
sequer sou patrioteirista
não sei de onde vim e ao que venha
nasci da fusão dum agiota
com o óvulo do desejo talvez oportunista
sou vitima duma mulher que se quis prenhe


mas trago intactos nos fluxos da memória
ainda que ocultos da vã ciência
resquícios doutras eras milenares
que se abertos ditariam outra minha história
e trariam enfim à humana consciência
a luz que nos ofusca os olhares


não sou nem nacionalista
sequer membro de seita ou religião
não sei porque insistem na independência
nasci frágil por largo tempo incomodista
sempre apegado ao ar à alma doutro irmão
sou dependente do fogo do mar da turbulência


mas trago ileso o amor à alma humana
espalhada pelos cinco continentes
que acalenta um tempo de esperança
em que o conluio politico religioso de alma insana
aliado à ignomínia de interesses repelentes
dê lugar à economia do respeito que avança


se nasci neste lugar a que chamam de nação
não guardo dele nem o fel nem a vaidade
de que tanto se ufanam os independentistas
o meu lugar é dentro da alma humana nobre chão
no privilégio de ser simples face à vacuidade
que alimenta a razão dos egoístas


autor: jrg

07/04/2011

SOCIEDADE SECRETA..."A UTOPIA"...- A EDUCAÇÃO É A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO !...

A EDUCAÇÃO É A BASE DO NOSSO DESENVOLVIMENTO !...
Apesar de escrito em 1896, este texto não perde actualidade, ao caracterizar a
sociedade portuguesa, antes reforça uma caracteristica, talvez proveniente da nossa miscigenação
genética, que mais facilmente nos coloca de bem com um outro ( estrangeiro) do que connosco
próprios...
jrg


Caracterização do povo Português, no livro "Pátria" de Guerra Junqueiro, em 1896

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga,
besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um
mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde
vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência
como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal,
sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a
infâmia, da mentira à falsificação, violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa
sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este,
finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem
convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas
palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se
malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos
duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896.
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Penso que evoluímos, apesar de tudo, não de uma forma homogénea, mas modernizamos o nosso

conhecimento, operamos mudanças na nossa mentalidade, não sendo, todavia, suficiente estamos
mais abertos a pesquisar nos novos horizontes...

Sendo a educação a força motriz que gera o desenvolvimento, é também, por consequência, a matéria
onde se movem interessses contraditórios, lobies sem escrúpulos quer ao nível da ideologia quer do
mercantilismo, dado o volumoso fluxo de capitais envolvidos, no sistema, que os torna
concomitantes...

Penso que a escola é a base fundamental da formação humana e que não tem cumprido este
pressuposto, mercê do afluxo de agentes de ensino, vulgo professores, sem vocação pedagógica, da
falta de orientação disciplinar adequada, das lutas intestinas pela hegemonia da classe, da
partidarização dos órgãos corporativos, e da obsessão com que se digladiam as eminências que
tutelam os modelos e conteúdos do sistema de ensino e os que se arrogam defensores dum certo
modelo de classe...

Convido professores e pedagogos, educadores, pais, alunos ao contributo da sua reflexão que permita
desmistificar esta fatalidade de sermos mesquinhos, miúdos, iletrados, desenrascados, tristes,
acomodados, espertos, mas pouco convictos da nossa consciência...
jrg

05/04/2011

SOCIEDADE SECRETA..."A UTOPIA"...- PENSAR O SIMPLES PARA DESMISTIFICAR O COMPLEXO...

_podíamos, talvez, habitar casas mais confortáveis, quentes na estação fria, frias na estação
quente...como as formigas e não estas apalaçadas, vistosas de aparência, sombrias no silêncio da
nossa insularidade...

_podíamos, talvez, erradicar o automóvel, voltar à dimensão do nosso olhar, ao cheiro, às palavras
trocadas, quando as emoções afloram ao toque dos raios solares e da multiplicidade da vida que
emana da natureza... como as aves que trinam à nossa indiferença...

_podiamos, talvez, trabalhar na produção de bens e serviços, apenas as sete ou oito horas diárias,
consideradas suficientes para colmatar as nossas insuficiências, como a cigarra, e distribuir o emprego
por toda a gente, cessando este desassossego pelo medo de perder, que nos toma dez, doze, quatorze,
horas da nossa existência e que no fim de cada ciclo se traduz em nada de sustentável...

_podíamos, talvez, estudar a sabedoria...qualificar o conhecimento...sem dogmas nem servilismo a
métodos ou doutrinas que visam, tão só, distrair a nossa atenção e capacidade cognitiva, para
interesses de submissão a causas que servem o enriquecimento de uns poucos na delapidação da nossa
vontade...e da nossa consciência...

_podíamos talvez, cultivar na alma o belo, o sol, a lua, as estrelas, a floresta, a montanha, o mar, o
cosmos, e dentro de cada espaço, a vida...sem este deambular pela fantasia cansada do inatingível...ou
Sísifo rolando a pedra pela montanha íngreme...há demasiada gente cansada de viver...

_podíamos, talvez, inventariar os valores da espécie, os códigos genéticos de conduta, e os que foram
sendo introduzidos, como anticorpos à degenerescência provocada pela evolução natural e pela
velocidade competitiva...com o objectivo de, conhecendo, respeitarmos as diferenças que nos
aproximam...

_podíamos, talvez, organizar o território, geográfica e politicamente, considerando a proximidade, os
aspectos particulares e a sua integração no conjunto da nossa unidade...
jrg

04/04/2011

SOCIEDADE SECRETA..."A UTOPIA"...- PARA UM NOVO CONCEITO DE "UTOPIA"


Portugal está numa situação politica deprimente...osPortugueses, nós, apresentamos níveis de
entendimento induzido...pensamos pouco...vivemos na onda de velocidade em que nos encaixaram e
aderimos à propagandeada sociedade da abastança..."ter" estaria ao alcance de cada um que se
esforçasse...ser melhor, ser mais instruído, ser mais produtivo, ser sonhador...para ter...e de repente
tiram-nos o tapete...a nós é que nos tiram o tapete!!!

A produção deixou de ser a fonte de riqueza dos povos, para dar lugar à especulação e usura financeira... Há uma asfixia sobre os Estados mais frágeis... e nestes sobre as famílias...e nestas sobre os mais dependentes...

Portugal não é um pais isolado do mundo...o problema, vindo embora de outros polos, atinge-nos mais profundamente porque somos endémicamente artificiais...quando paramos para pensar um momento, somos acossados pela nossa consciência...mas de vez em quando temos um rasgo de Universalidade...é isso...

Convido todos os que sentirem capacidade para instituir uma nova ordem: politica, social, económica, a participar com sugestões e ideias, neste grupo de reflexão e acção, para uma humanidade mais justa, cujo fundamento tenha em consideração, não só o homem, em si, mas toda a vida do planeta e para além dele...

Proponho que se constituam grupos de base para a elaboração e discussão dum modelo organizacional, sectorial e global, da vida de um povo em sociedade: justiça, educação, cultura, saúde, economia, emprego, solidariedade e humanismo, relações internacionais, relações ambientais, relações terra-mar...ar

Convido as pessoas anónimas que não são nunca tidas em conta na justa proporção das suas dimensões...pessoas com mágoas e sonhos que não desistem da esperança...a participarem numa reflexão sem preconceitos, no grupo que criei no Facebook...
jrg