05/07/2011

O DÉCIMO TERCEIRO MÊS NÃO É UM SUBSÍDIO !...


I
A insistência com que governo, órgãos de informação e comentadores políticos, denominam o 13º mês de salário, como subsídio de natal, cria na ideia das pessoas, dentro e fora da substância que o consolidou como parte integrante do rendimento do trabalho, que os trabalhadores Portugueses são subsidio dependentes...mistifica a ideia que é matéria confiscável...alimenta a ideia que é um extra dispensável...
II
ora...todos os intervenientes do mundo laboral sabem que o salário de um trabalhador é composto de um valor ex: 1000 euros X 14 meses...se não fosse X 14 meses, o salário real seria 1160 euros X 12 meses... logo, este anúncio que visa taxar com um imposto extraordinário o 13º mês de todos os trabalhadores, feito pelo actual governo, como a primeira medida de fundo que se propõe levar a cabo, para salvar o país da bancarrota, põe a nu o carácter Feudal da medida em si e a arrogância prepotente com que utiliza os mecanismos administrativos para confiscar uma percentagem desse salário...não pede...confisca...
III
O 13º mês é ainda uma consequência do catolicismo aliado ao estado e aos interesses económicos que assim contam com essa reserva financeira "extra", paga aos trabalhadores apenas no final do ano, para ser gasta em presentes e iguarias na festa natalícia, adoptada para o efeito...talvez por isso, assistimos a uma estranha solidariedade da confederação do comércio e serviços
IV
À evidência do que aqui exponho e defendo, que o 13º mês é salário e não subsídio, acresce a forma como o governo se prepara para espoliar os trabalhadores a recibos verdes, dividindo os rendimentos por 14 para achar o valor, a que eles chamam de subsídio de natal, sobre que incide o confisco...o governo anterior, apelidado dos adjectivos mais torpes que a língua Portuguesa comporta, cortou nos salários da função pública, estabelecendo um limite a partir dos 1500 euros...este novo governo dos salvadores da pátria financeira, não só expandem o confisco a todos os trabalhadores em geral, como encurtam o limite para o valor do salário mínimo nacional: 485 euros...

É uma vergonha!...provoca a indignação...

ver alguém que se apresenta como defensor da Nação que governa, confiscar 7,5 euros a um trabalhador que recebe um pouco mais... 500 euros...
Para os senhores Joe Berardo, Belmiro,Soares dos Santos, Espírito Santo e tantos outros, o 13º mês são trocos, face às avultadas mais valias com que se banqueteiam na vida efémera...para um mero trabalhador, é uma angústia..
V
Se os trabalhadores Portugueses, consentirem na aplicação desta medida, sem o mais veemente protesto, estão a abrir portas a que, de confisco em confisco, e dado o panorama de desespero global, se dê a confiscação total e permanente, dessa componente salarial, dividida para consumir, mas sacrificada às novas exigências dos mercados...
VI
Posso ser queimado na fogueira da paz pública ou privada, mas não calarei a voz da minha alma indignada

autor: jrg

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