27/03/2011

HÁ UMA NOVA MENTALIDADE PORTUGUESA QUE REPUDIA os SALAFRÁRIOS!!!

os cidadãos Portugueses que viram facilitada a sua relação com a administração pública, o cartão de cidadão, a criação de empresas, os serviços personalizados das finanças, os cuidados de saúde, a melhoria do parque escolar, agradecem a este governo chefiado por José Sócrates, a devolução do orgulho de serem pessoas...

os meninos e as meninas que entraram no sonho das novas tecnologias, pela atribuição massiva do computador Magalhães...agradecem a este governo, agora banido, a oportunidade de se dotarem dos meios que lhes vão permitir aceder a melhores condições de vida futuras...

os que viram as suas magras pensões, subir a um patamar considerado "limiar da pobreza", que lhes permite fazer face ao desafio de viver...agradecem a este governo, agora banido, a humanidade de um gesto que ninguém se atreverá a suspender...

os que voltaram à escola...tiveram oportunidade de completar um currículo escolar mais competitivo...no âmbito do programa "Novas Oportunidades"...agradecem a este governo, agora banido, o esforço para colmatar o insucesso escolar... endémico...que nos persegue sem valimento...

os que sofrem de hipertensão e outras doenças crónicas...que por terem pensões baixas não pagam os medicamentos receitados...agradecem a este governo, agora banido, o esforço por manter o estado social possível...

jrg


25/03/2011

INDIGNAÇÃO !!!

 a coligação que ontem colocou ponto final a este governo de José Sócrates, prepara-se para revogar a lei da avaliação de professores!!!...espero que a seguir se proponham anular os aumentos de impostos e os cortes salariais sobre os funcionários públicos e afins!!!
não me" lixem"...gerações à rasca foram todas..desde que há gerações...e por todo o planeta...quanto a nós, Lusos...Lusitanos...Portugueses, até somos bem conhecidos como desenrascados...desenrasca-mo-nos  e estendemos a mão à caridade...
A realidade dos povos, hoje, surge como uma evidência absurda de Idade Média...os novos senhores feudais servem-se dos trastes da politica, já que os da religião não têm seguidores...só mudam os protagonistas...mas os propósitos do império mantém-se ...o saque!!!... 
que ninguém se iluda...se houver outro personagem na governação...vai fazer tudo de novo, de forma agravada, com o argumento que os outros deixaram o país atolado num pântano... se por ventura e ironia da vida, for eleito o que agora foi banido...vai agravar tudo de igual modo, em nome da interrupção a que foi obrigado...
 A realidade dos povos, hoje, surge como uma evidência absurda de Idade Média...os novos senhores feudais servem-se dos trastes da politica, já que os da religião não têm seguidores...só mudam os protagonistas...mas os propósitos do império mantém-se ...o saque!!!..
Bem podem clamar os chamados esquerdistas que a solução passa por mais impostos sobre as fortunas e os lucros escandalosos...os que detém o capital financeiro, têm a riqueza acautelada nos paraísos globais...ao primeiro sinal de alarme deixam o país de "tanga" ou de "calças na mão"...
que fazer perante a falência de todo o sistema dito Democrático...?
que fazer perante esta ditadura do Capital que se abateu sobre os povos do mundo...?
é o tempo dos sábios e das mulheres sensatas...um retorno à vida mais simples...uma mudança sem fins lucrativos em moeda corrente...José Gil...Eduardo Lourenço...Rogério Martins Simões...Ana Gomes...Cristina Miranda...Teresa de Sousa...
autor da reflexão: jrg
 
sopram ventos de lados contrários
que varrem do engenho a arte
arrastam do absurdo os salafrários
que prometem tudo em qualquer parte

sopram os ventos da mudança
que agregam sementes de nova ordem
soltam rajadas de esperança
agitam ideias que nos acodem
sopram ventos que no pensamento sibilam
que ateiam fogos geram emoções
movimentos oblíquos que a razão dominam
por entre tantos raios e trovões

autor. jrg




 

24/03/2011

ENFIM!!! JOSÉ SÓCRATES!!! PARABÉNS PELA RESISTÊNCIA!!!...

Enfim!!!... DERRUBÁMO-LO!!!...dizem eufóricos e em uníssono...os novos salvadores da pátria..que pátria?...porque penso e procuro entender o que leva o homem à submissão do "poder"...porque admiro a coragem de José Sócrates...no meio de tal tormenta, pessoal, pública e global...por muito menos, Durão Barroso mudou de país...(Cherne e outras histórias...), porque acredito que Sócrates vai ressurgir fortalecido...porque o mar em volta, está densamente poluído...porque é demasiado sórdido, o teor e a qualidade da teia que teceram em volta dum homem...porque é absurda a congeminação unânime para abater e a distância dos pressupostos em que se digladiam para erguer...porque a mediocridade segue ao leme e a maioria do Zé Povo, mesmo que não vote, paga... não resisti a editar, abaixo destas simples e humildes linhas, o génio de Eça de Queiroz, que em 1871, " Numa Campanha Alegre"...colocava a nu, o estado ideal em que assenta a governação deste país...Portugal...

autor: jrg

"...Junho 1871.

Leitor de bom senso, que abres curiosamente a primeira página deste livrinho, sabe, leitor celibatário ou casado, proprietário ou produtor, conservador ou revolucionário, velho patuleia ou legitimista hostil, que foi para ti que ele foi escrito – se tens bom senso! E a ideia de te dar assim todos os meses, enquanto quiseres, cem páginas irónicas, alegres e justas, nasceu no dia em que pudemos descobrir, através da ilusão das aparências, algumas realidades do nosso tempo,

Aproxima-te um pouco de nós, e vê.

O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência.

Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida.

Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia.

Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria enfraquece. O salário diminui.

A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.

Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o juro..
De resto a ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas só por si é dramático. O professor tornou-se um empregado de eleições. A população dos campos, arruinada, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinha e de ervas, trabalhando só para o imposto por meio de uma agricultura decadente, leva uma vida de misérias, entrecortada de penhoras. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do País. Apenas a devoção perturba o silêncio da opinião, com padre-nossos maquinais.
Não é uma existência, é uma expiação.
E a certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: «o País está perdido!» Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete, que de Norte a
Sul, no Estado, na economia, na moral, o País está desorganizado – e pede-se conhaque!
Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!
Nós não quisemos ser cúmplices na indiferença universal. E aqui começamos, sem azedume e sem cólera, a apontar dia por dia o que poderíamos chamar – o progresso da decadência. Devíamos fazê-lo com a indignação amarga de panfletários?
Com a serenidade experimental de críticos? Com a jovialidade fina de humoristas?
Não é verdade, leitor de bom senso, que neste momento histórico só há lugar para o humorismo? Esta decadência tomou-se um hábito, quase um bem-estar, para muitos uma indústria. Parlamentos, ministérios, eclesiásticos, políticos, exploradores, estão de pedra e cal na corrupção. O áspero Veillot não bastaria; Proudhon ou Vacherot seriam insuficientes. Contra este mundo é necessário ressuscitar as gargalhadas históricas do tempo de Manuel Mendes Enxúndia. E mais uma vez se põe a galhofa ao serviço da justiça!
Achas imprudente? Achas inútil? Achas irrespeitoso? Preferias que fizéssemos um jornal político, com todas as suas inépcias e todas as suas calúnias, vasto logradouro de ideias triviais, que desmaiam de fadiga entre as mãos dos tipógrafos?
Não. Fundaríamos antes um depósito de bichas de sangrar, ou uma casa de banhos quentes. E se nos tiranizasse excessivamente o astuto demónio da prosa, então, em honrada companhia do Sr. Fernandez de los Rios, ajoujados aos líricos de Barcelona, cantaríamos, voltados para os lados da Palestina, a pátria, a e o amor! E patentearíamos aquela crença vivida, aquele arranque peninsular, com que outrora se pelejou a batalha de Aljubarrota – e hoje se fazem caixinhas de obreias!
Aqui estamos pois diante de ti, mundo oficial, constitucional, burguês, doutrinário e grave!
Não sabemos se a mão que vamos abrir está ou não cheia de verdades. Sabemos que está cheia de negativas.
Não sabemos, talvez, onde se deve ir; sabemos, decerto, onde se não deve estar..."

ln... Uma Campanha Alegre ...contribuição de Eça de Queiroz para as Farpas, em conjunto com Ramalho Ortigão...

Para reflectir...

21/03/2011

A POESIA - I...EFEMÉRIDE

 imagem net - cancioneiro_ajuda

***
todos os anos no hemisfério norte
precisamente aos vinte e um deste mês de Março
se comemora e traça da poesia a sorte
entre cada Primavera e o sentimento esparso

todos os anos fazem atenta reflexão
poetisas e poetas de várias correntes estéticas
abrem a alma ateiam fogos na emoção
líricos dramáticos puros d'expressões eclécticas

todos os anos nasce tão Primaveril
em pétalas de esperança carregadas de amor
a poesia que sente da alma juvenil
o encanto que emana da natureza em flor

todos os anos é um acontecimento
adejando sobre o conflito humano permanente
que  fortalece  no amor o sentimento
da poesia ser na alma a alma de quem a sente

todos os anos de amor e dor amigada
desassossega a poesia nossa intemporalidade
seja qual for a língua por ela falada
no elemento que consubstancia a amizade

todos os anos fértil como a Primavera
renasce da argila do papiro da memória oral
desde há milénios é linguagem que tolera
toda a diferença humana que a torna imortal

todos os anos tão bela dúctil feminina
precisamente aos vinte e um deste mês de Março
a alma da poesia sorri por ser menina
na luz que brilha de ti em mim que não disfarço

jrg

13/03/2011

SOLIDÃO ABSOLUTA !...

foto tirada da net tsunami no Japão
***

um dia pela madrugada ao acordar
vi que havia nas ruas muita agitação
pessoas esbaforidas sem norte
corpos fulminados por  algo estranho no ar
ardiam carros e casas entre tanta explosão
os cães uivavam e gatos assanhados à morte

chovia trovoava o vento galopante
amontoavam-se os corpos e os destroços
por um dia inteiro a destruir tantos milénios
a ver os rios a engrossarem mares na vazante
torrentes de lama a cobrirem ossos
apenas eu sobrevivente em tais mistérios

a terra tremia engolia montes e montanhas
um cheiro pestilento a gazes minérios e defuntos
o sol ofuscado por um vapor desconhecido
o mar rugindo dos abismos das entranhas
árvores arrancadas ouro pratas com os donos juntos
lentamente a solidão caindo sobre mim vencido

do alto duma falésia ainda absurdamente ilesa
sou o último vagabundo em todo o planeta
assisti incrédulo ao cataclismo pré-anunciado
o meu refúgio é uma gruta sem cama nem mesa
perscruto o horizonte sem fim grito e toco uma corneta
a romper o silêncio há dias instalado

durante sete dias nenhum movimento ou ruído
não sei se aconteceu aqui ou se em todo o mundo
imersa a minha alma nesta absoluta solidão
a respirar do ar denso o que restar de vida sem sentido
lembro a ninharia dum discurso vindo do fundo
como se a morte fosse dos outros sendo eu devastação

penso as florestas em todo o planeta arrasadas
a terra esventrada a cobiça do petróleo e outro minérios
a construção de casas vazias para rendimento
os mares os rios as correntes de água contaminadas
os fumos de viaturas e fábricas os fogos sumários
bombas despejadas à experiência ou nas guerras sofrimento

penso na proliferação de armas e centrais nucleares
nos avisos de cientistas e sábios da humanidade
penso nos jardins onde as flores se deram por vencidas
nas mulheres que me falaram através de seus olhares
penso se virá alguém de um absurdo lugar ileso a claridade
ou se regressarei um dia para viver outras vidas

...depois fui
não havia nada mais para fazer...

autor: jrg

12/03/2011

LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS

*****


o dia amanheceu primaveril
depois de prolongada troca de mensagens
a actividade humana foi paralisada
ruas desertas lojas fechadas era Abril
nem sinal de gente nas paragens
os povos cansaram pela madrugada

lindo de ver os tão afoitos agiotas
à míngua de iguarias já famintos
desesperados de ter tanto e não ser
exibindo sem pudor nem resposta suas notas
suplicando comer e vinhos brancos tintos
tão frágeis sem abrigo antes de morrer

não se pagam as contas de gás e electricidade
nem as rendas arbitrárias da habitação
a água corre livre nas torneiras ruas e quintais
instituído o caos à revelia da autoridade
a memória colectiva a funcionar como razão
por entre gritos de vivas de nunca mais

por todo o planeta ocorre a agitação
saídos do cerco económico e financeiro
do trabalho sem glória do estudo sem emprego
os povos assumem de viver outra dimensão
extinguem o conceito em cada palavra ligeiro
que os condenava ao desassossego

exigem uma língua única uma só moeda
que o mundo global seja reduzido a uma só nação
que todo o ser humano tenha iguais deveres e direitos
que se salvaguarde da natureza a queda
que se distribuam os excedentes sem interrogação
que todos os seres sintam na vida seus proveitos

que seja estimulado sem segredos o conhecimento
que cesse a propaganda do marketing e da religião
que o mais forte não oprima o fraco sem recursos
que a sabedoria impere sobre o fingimento
que não se fabriquem bens impróprios por sofreguidão
que sejam extintos os privilégios fixos e os avulsos

que se extingam as armas e todos os exércitos
que a ciência não promulgue a indulgência na absolvição
que sejam repostas as leis usurpadas à natureza
que às espécies diferentes se reconheçam seus créditos
que seja assegurado o direito à liberdade de expressão
que cesse sobre a mulher a violência psicológica da tristeza



autor: jrg

08/03/2011

EU CANTO DA MULHER A ALMA !!!

tela de Nuti

***
inventaram para o ser mulher

um dia apenas seu e internacional

onde todo pensamento quer

branquear sua humilhação ancestral



por entre o gargalhar de risos

e promessas impúdicas de esperança

oferecem-te rosas lirios narcisos

à espera de ganhar-te a confiança



entre discurso dotado d'oratória

mimos e promessas emoção

nos olhos pode ler-se a moratória

que traduz do mito a ilusão



passada a efeméride as lágrimas

voltam a sulcar a pele macia

as mulheres já não são obras primas

regressam à condição de utopia



eu canto a liberdade natural

a que todo o ser vivo tem o direito

seja homem mulher ou animal

todos devem dela ter real proveito



eu canto a grandeza feminina

no meu fascínio do belo a evidência

de ser a criadora não divina

da alma que viceja a consciência



eu canto da mulher grande coragem

de ser a mãe de toda a criatura

tantas vezes vencida na voragem

e sempre renascida de ternura



jrg