13/10/2010

ESTA GENTE QUE SOMOS... PORTUGAL!... - II

nascemos pobres ou ricos tanto faz
se educados somos meninos da mamã ou do papá
viver em tanta fartura e não ter paz
é dos genes ou cromossomas mutações na hora H

se pobres somos corrécios gentinha Zé povinho
carregamos a tragédia ou coitadinhos
apodamos os ricos de ladrões entre pão e vinho
na tasca onde ganhamos coragem sozinhos

sendo no trânsito os melhores condutores
vociferamos aos lentos e faltosos
descobrimos nas filas invisíveis corredores
os outros é que são os criminosos

chegar primeiro à posição mais conveniente
pisar fraudes e canteiros de flores
corromper para ganhar perdendo a demais gente
desgastar a vida em copos e amores

ter um negócio legal quase falido
estabelecer uma corrente de economia paralela
impostos paguem os tansos sem bramido
a honra é uma aparência e a crise uma balela

há todavia em rigor uma só situação
em que nos empenhamos intrépidos palradores
no futebol na politica não abrimos mão
somos árbitros legislamos e exímios treinadores

subir à cunha que a pulso faz doer o cotovelo
defendemos o produto enganamos o parceiro
agiotas de moeda e pensamento somos com zelo
cada um é em si mesmo por demais porreiro

no amor somos de natureza os melhores amantes
colmatamos as fraquezas com a violência
na rua beijos em casa indiferença entre estantes
as mãos e as palavras perdem paciência

somos em multidão gente invejosa e enfurecida
seguimos o mote do que parece mais forte
perdemos sempre salva a desproporção devida
mas cantamos vitória seja no sul ou norte

o que mais me impressiona nesta nova Lusitânia
é a falta de unidade em torno do bem comum
os sábios zarparam todos com medo desta insânia
que a inveja e a usura tornaram ad eternum

autor: jrg


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