15/08/2010

PORQUE ME PERDURA O TEU SILÊNCIO

há quanto tempo, meu amor?
murcharam flores antes viçosas
secaram plantas ervas daninhas
as águas dos rios pararam
as aves que pousavam na janela
fizeram ninhos nas ramadas
em frente onde te sonho acordada

o tempo passa ao de leve
pelo corpo há tanto adormecido
amar-te é tão ou quase a dimensão
do infinito em que adeja o pensamento
a alma o amor a angústia
onde nos somos prisioneiros
fiéis ao preconceito do ser nosso

se fossemos nada de ninguém
e nos caminhássemos suspensos
permissivos às mudanças que na mente
ateiam chamas derretem medos
espantam o alarido do silêncio
e nos percorrem todos os sentidos
em busca dos segredos que não há

aquela andorinha tão negra
demora o ninho que traz no ventre
verte sinais ou marcas dum outro vento
emite sons subtis no voo rasante
vagabunda do ar entre estações
sempre que pousa és tu meu olhar
mulher suprema de mim amante

visito os locais por onde passas os dedos
taças de cristal sorrisos oblíquos
de onde te roubo em beijos as cerejas
que teimas em prender entre os lábios doces
preso eu de em ti desde a magia de sentir
amor onde tu de em mim florescemos
erva daninha eu talvez na tua sombra

autor: JRG

2 comentários:

Unknown disse...

Boa noite João,
acredita que fico sem palavras perante a beleza da sua poesia?

Este poema é arrepiantemente belo!

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

tem a palavra o povo disse...

Olá Ana Martins...acreditas que fico sem palavras ante a beleza do teu sorriso...
são momentos nos olhos quando se fixam...e transmitem emoções ao pensamento...
feliz eu de te sentir aqui..
Beijinhos
joão