10/07/2010

PRESSÁGIO DA PERDA...

IV


não não não te penso
se penso que me interpretas mal
culpa minha a linguagem
imagino que outros te olharam ...és linda
e partiram sem te ver
porque há olhares que apenas se fixam
numa evidência do ser

não te imagino
sinto-te não quero que me penses
como te soou apressei-me a dizer-to
és tão dúctil...minha Cris...
imperdoável magoar-te... macular-te
quando te respiro pura
em teus amores

em mim tão doce
olho o horizonte a bruma ou uma névoa
que fiz ou deixei que de mim se fizesse
quem ordenou às palavras
que te instigassem a uma interpretação fora do contexto
vou perder-te
e não me perdoo

autor: JRG

6 comentários:

Maria Ribeiro disse...

JRG: um poema de saudade desesperada, destinado a UMA CRIS...Luta por ela, quanto mais não seja, contra ti próprio...VÊ os "moinhos de vento" eluta contra eles, não na loucura, mas na grandeza desse amor!
BEIJOS DE Mª ELISA

Saozita disse...

Olá JRG, gostei imenso do teu blogue e me perdi nas leituras. Ficarei de olho nestes teus trabalhos, parabéns.
O poema é lindo, o sentimento da perda,vem quando nos apercebemos que nos foge um amor, que não soubemos dar o devido valor e atenção em seu devido tempo.

Tem uma boa semana. Bjs

Unknown disse...

Boa noite João,
simplesmente lindo este poema que transmite em cada palavra a dor da perda.

Grata pela visita.

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas

tem a palavra o povo disse...

Olá Maria Elisa...o poema fala de perdas...perdas de amor foi o que não tive...mas vivo as perdas de quem perde como minhas...procuro no fundo das almas sentir o drama de perder algo ou alguém em quem se confiou uma eternidade...às vezes por pequenos pormenores que se tornam demasiado sensíveis...
Beijos do
joão

tem a palavra o povo disse...

Olá Saozita...a poesia cria e gera emoções...assim a musa puxe a chama das palavras...tens um blog muito belo, por isso sinto maior beleza nas palavras do teu apreço pelo que escrevo...perder algo ou alguém, são emoções sucessivas que nos angustiam, porque ninguém gosta de perder...pensamos que foi qualquer coisa de momento e não, ninguém perde por um instante solto, desgarrado do conjunto...por certo a perda já se adivinhava , talvez desde o principio...e ficamos contidos naquela palavra maldita que se libertou....
estranho, fui indelicado, deixei o teu comentário sem resposta e hoje apetece-me falar-te ...falar-te...ir-te conhecendo...
beijos
joão

tem a palavra o povo disse...

Olá Ana Martins...doces os teus olhos de que não quero perder o fulgor...perdoa a demora...gosto de sentir aqui a tua presença amiga...as tuas palavras sentidas...
beijinhos