31/05/2010

SOU CAVALEIRO...

Sou cavaleiro dentro das palavras fogo


Nos teus cabelos que a brisa agita


Cavalgo teus medos que de esperança afago


Beijo os teus olhos de fora da órbita


***
Sou cavaleiro pelos montes descendo

Teus seios altivos doces encantos

Teu ventre meu mundo em crescendo

Aviltado na solidão de uns tantos

***
Sou cavaleiro sem espada nem lança

Por dentro da alma sou Quixote

Cavalgo teu corpo feito Sancho Pança

durmo a teu lado cativo da sorte

***
sou cavaleiro senhor dos teus desejos

rainha sem reino Princesa do mundo

apago meu fogo dentro de teus beijos

sedento da alma onde cresço e abundo

***
sou cavaleiro volátil sem montadas

percorro ângustias medos incertezas

soltando meu riso e palavras cerradas

sublimo a virtude de excelsas belezas

***
sou cavaleiro nos ventos alados

levo-te de sonho em sonho encantada

ao cheiro do mar atravesso tornados

dispo preconceitos para te ver amada

***
sou cavaleiro levo-te comigo na garupa

teu arfar de menina princesa

olho a turba que nos vê me chama velho

são vozes de quem me apupa

ciosos insanos de mim na tua beleza

sigo o rumo plenitude do sonho


autor:JRG

prato do dia: - MIMOS DE MULHER...COM AMOR SALTEADO...

olá meu mimo de amor

da alma

como está linda você

bela viçosa fresca flor

que acalma

minha ansiedade 
n
ão vê?

***

Tenho saudade do beijo

Lascivo

Do odor que me perdura

Meu amor quando te vejo

Em ti me vivo

Na essência doce e pura

***

Olá meu sublime amor

Coração

Por onde anda o t
eu olhar

teu corpo fogo meu calor

tua emoção

sentir esta paixão de amar

***
quero ser o pai de alguém

tanto faz

menino menina a evidência

quando chama a você mãe

tua paz

seja amor de na co
nsciência

***
olá minha plenitude amor

mulher

não há amor como o primeiro você

ainda que seja o último com ardor

seu poder

sublima minha razão meu porquê


autorJRG

27/05/2010

A M O R

foto net

por um acaso descobri a sul


a última princesa encarcerada


os olhos febris sob o céu azul


brilham de me ver ainda madrugada


***


era uma princesa linda de gente

de estranhos odores na alma imortais

viera de longe por quem não a sente

presa a correntes de forças vitais

***

solteia-a dos elos que a prendiam

levei-a comigo para junto do mar

repus-lhe o sorriso que há muito não viam

beijei-lhe os cabelos soltos ao luar


***

escutei suas lástimas de tanto viver

abracei o corpo senti a alma pura

e a linda princesa tão bela mulher

levou-me com ela envolto em ternura

***

no sonho comum que aconteceu

fez de mim vassalo da sua ventura

à luz do luar que nos adormeceu

o nosso acordar foi amor foi loucura


***
autor: JRG

23/05/2010

TODA A MORTE É UM SEM SENTIDO


Hoje é Domingo
E chove
No átrio do hospital
Do lado de fora das urgências
A morte
Por entre gritos
Inflamados
De quem na vida
Perdeu alguém

 Vestidas de negro
Evocam os espíritos
Dedos tremem frenéticos
marcam números de telefone
gritam entre si
gesticulam
 encomendam a alma
enumeram qualidades
apenas qualidades

gritos pungentes
arrepiantes
de cada vez que chega alguém
do clã
sobem de tom
trazem crianças estremunhadas
sem saberem ao que vêm
desde cedo
aprendizes do ser

 clamam contra a impotência
evocam o absurdo dos deuses
traçam a história de vida
atrás da alma
e não acreditam
deitou-se vivo
que aconteceu
incrédulos
punhos fechados

entre os gritos do absurdo
vestidas de negro
lenços levantados
descobrem o rosto na saudade
onde não pairam sorrisos
braços levitando
em redor do corpo
riscam imagens
não lágrimas apenas gritos

 há um agitar dos corpos
em volta dos gritos
entoam cânticos
vão se chegando a família
o clã
sinfonia tétrica
que lembra o que a morte é
morreu o meu irmão
morreu

há um vagabundo
do outro lado da morte
ele sabe que ninguém gritará
na sua vez
e absorve
na avidez do momento
escolhendo entre as palavras
as que lhe servem
por antecipação

 as crianças brincam
um deles tem uma pistola
de imitação
quase indiferentes
apontada à morte
por entre os gritos
tiros à sorte
que entram e ficam
na memória

há uma palavra chave
ou várias
para recrudescer o clamor
cânticos subtis
palmas enérgicas
quando a dor esmorece
a alma agiganta o corpo
de dentro da memória
a alma

 é já uma onda de gente
de onde se destacam os assimilados
vestes modernas
calados
por entre os gritos
que formam uma plataforma
volátil
 onde me movo em surdina
intruso na alma da morte

a viúva sentada
como uma deusa fugaz
que todos veneram
abraçam incitam a lamúria
ante a evidência da perda
havia uma ronda da morte
neste Domingo
e eu tentava desviá-la
na sua voragem

autor: JRG

16/05/2010

ESTADOS DA ALMA...SENDO - IV



Não é inédito, chamar o comum da Nação a pagar os dislates das finanças públicas...um dia de salário para a "Nação"...Vasco Gonçalves...confiscação do 13º mês para salvar a "Nação" da bancarrota...Mário Soares...e agora isto...para manter a "Nação" à tona de água...o que é que acontece se não formos capazes?...ou se nos rebelarmos?...levam-nos a reboque ou afundam-nos?...



mais inteligentes foram os da "Santa Inquisição" pouparam a maioria esfomeada para gáudio da festa das fogueiras e expropriaram os ricos mercadores...Judeus natos e Judeus à força...ou falsos pios que enriqueceram das conquistas, no tempo em que o Rei e o Papa trabalhavam em conjunto para nos extirpar a memória... a todos...


autor: JRG

15/05/2010

ESTADOS DA ALMA SENDO - III

quando encontro olhares que brilham como um diamante...que cheiram como a flor do jasmim...que sabem a frutos silvestres...e cuja riqueza interior faz parte do tesouro que procuro...se os perco...dói-me até ao infinito...quero-lhes tanto...


há olhares que se cruzam nas palavras...que provocam emoções fortes...talvez porque as palavras não têm memória...nem consciência autonoma...talvez devessemos calar fundo a emoção que nos provocam...as nossas e as dos outros...



sou aprendiz de escrever...apaixono-me das palavras e tento entender o porquê de certos acontecimentos no interior da alma...quero ser criador de almas insubmissas...que tornem a humanidade melhor...porquê?...às vezes "acho almas"...e crio emoções como reflexo de emoções recebidas...se as perco é uma frustração...e dói-me...se dói...




não devemos querer saber tudo...nem de tudo...corremos o risco de saber demais...o que é uma tremenda infelicidade! saber o suficiente...questionar o suficiente...viver sem medo do tempo...


mãe... porque me acalentaste o sonho de viver... mãe... porque me disseste que querer é poder... mãe... porque me ensinaste a amar até o ódio... mãe... quanto amor no teu olhar, no teu afago, na tua força, mãe...


Maio...saúdo o mês das rosas espinhosas de pétalas macias e aromas inebriantes...saúdo a urgência de uma nova era em gestação...sem elites caprichosas no seu saber...sem a materialidade que faz do ter o fim e não o "ser"...saúdo o Maio dos amantes genuínos...os que se sentem tocados nas raízes viscerais...


o maravilhoso dom de ser mãe...o estado de graça da gestação...a submissão pacífica às privações da elegância,momentanea, e das liberdades individuais...a responsabilidade assumida até à sua infinitude...a ilimitada capacidade de sacrificio, em situações extremas, pela salvaguarda do seu fruto, o homem...fazem da mulher o elemento mais importante de toda a natureza...


o conceito de casamento é uma imposição contra a natureza humana...demarca um território que viola o principio natural da individualidade...e estabelece o direito da posse e da obediência submissa...só por acaso é que há casais felizes para sempre...delimitar ao conceito de fidelidade a sexualidade do individuo é uma violência única no reino animal a que pertencemos...


entre os tons matizados de rosa e vermelho alaranjado....o sol a mergulhar no limite visível da mar...entre nuvens de fogo...um rosto muito belo de uma mulher...olhos castanhos cor de "azeitonas" esverdeadas...brilhantes mas tristes e um sorriso amordaçado...imagem a ir-se...indiferente aos apelos para que resista...






se o Papa estivesse convicto da ideia de Deus!... porquê tanta preocupação de segurança...Papa-Móvel...policia...exército...aviação...serviços secretos...corte de ruas, avenidas e meios de transporte...paralizar uma Nação em anunciadas dificuldades, para se mostrar no fausto da corte de Roma...oxalá fosse verdade e as suas bençãos alterassem o rumo dos acontecimentos...diz o povo na sua inocência sustentada...


autor:JRG

ESTADOS DA ALMA...SENDO - II

é relativamente fácil estabelecer consensos...criar empatia...gerar amor...quando ambos os interlocutores admitem nada saber...salvo quando uma particularidade do outro exigir uma hegemonia na liderança...ai é preciso acautelar o carácter sensível das carências...


o problema surge quando... atraídos pela formosura exterior...pela ânsia da satisfação sexual...pela novidade dum mistério novo...ou pela faustosa exuberância do galanteio, se esquecem que todo o corpo tem uma alma...e que cada alma tem um desígnio...talvez de génese...indelével...


todas as pessoas têm alma...mas só algumas a sentem...não fazem uso do absoluto das suas virtualidades...dispersam-se em pormenores exteriores de menor relevância...a alma é a interacção da memória com o ser...fazem sentido as várias formas de aquietar a alma que não sejam uma alienação subjectivista e que tenham como fim desenvolver as potencialidades da sua memória...


não há uma alma Portuguesa...o que há são correntes da alma Universal de que a Portuguesa é uma partícula singular...a nossa Universalidade, sendo uma mistura de barbárie e espiritualidade, tem uma componente ambiental única...o que nos torna um motor da mais alta performance em todas as iniciativa globais...


autor: JRG

ESTADOS DA ALMA...SENDO - I

A crise veio enfim para cima de nós povo...quando a coisa era só de origem financeira, na aparência das noticias, iamos podendo com a nossa vidinha de sobras...agora já noto que escasseiam alimentos nos mercados ...e há um mistério que não entendo...nos produtos hortículas e frutícolas expostos as origens variam : Marrocos, Brasil, França, Itália, Chile, Israel,Colômbia, Madagáscar, Equador, etc...que terá isto a ver com o déficite?...para onde vão os produtos que produzimos?...



***

adivinhava-se no horizonte que as sobras iriam ser sobre taxadas...em nome do "Patriotismo da Nação..."

***
há uma linhagem de gente pobre...são os que nunca se preocuparam, obsessivamente com o ter...alimentam a avidez dos poderosos...há uma linhagem de gente poderosa...sempre foram donos de algo à custa das mais valias geradas pela gente pobre...há umas linhagens de gentes intermédias que justificam as outras...oportunistas...desenrascados...que oscilam entre o ter e o ser...

***






os nacionalismos já não fazem sentido...cada povo contribuiu com a sua arte para o desenvolvimento das capacidades cognitivas globais...não faz sentido tanto dialecto...tanto exacerbar do orgulho Nacional...orgulho de quê?...que povo não cometeu atrocidades ao longo da sua história?...Uma administração global única, delegações locais eleitas com base nas competências dos valores Universais do homem e da natureza...

***

será que estamos no limiar duma nova idade média?...sem empregos, ainda que carregados de canudos...mergulhados em crises sucessivas...predispostos a aceitar a oneração de mais taxas sobre consumo e rendimentos, a bem da Nação...estamos nas mãos dos senhores poderosos sem rosto...a quem os políticos prestam vassalagem se querem continuar "Reis"

***

não invejo ninguém...nem almejo os ricos, os famosos, os poderosos...envoltos por cinturas de segurança...gosto de ver o mar na companhia da paz... do amor... da amizade...mesmo que esteja só...no interior de uma multidão...mas não nos tirem o pão...há o risco de regressarmos há barbárie pela sobrevivência...


autor:  JRG

13/05/2010

BRUMAS DE MAGIA



já não há mais brumas sobre a cidade
não a neve a neblina densa
mas as brumas da terra que respira
suores do tempo quando amanhece
que me traziam a esperança
a magia de por entre elas te ver surgir

o que há são fumos acres agonizantes
o sol escondido entre muros
prédios gigantes plataformas sombrias
onde despertas sem a cor nem cheiro
nem a Suave brisa que energiza
o corpo sem alma cansado de obedecer


vejo o cimo da montanha que nos resta
é tempo de partir meu amor
de onde se vê ainda o céu o mar a floresta
enlouquecidos os versos que nos bramam
sem arestas… em contra mão
purificam a alma do lado de fora da razão

autor : JRG