31/01/2010

A LEI DOS CASAMENTOS GAY E O ORÇAMENTO DE ESTADO...

Os doutos comentadores

Ainda não se aperceberam

Que entre engenheiros e doutores

Os gays se antecederam



Primeiro foi aprovado

Entre aplausos do parlamento

O direito antes privado

Dos gays ao seu casamento



O presidente bem que blasfemou

Contra esta lei dita pela igreja contra a natura

Como se fosse um qualquer deus quem aprovou

A constituição dos genes que o corpo apura



Posta a lei em brusco movimento

Logo correram editais

Para que se aprove o orçamento

São precisos dois casais



Muitos se fizeram rogados

Exigiram explicações

Em comunhão de bens ou separados

Ressalvadas as devidas proporções



Litigaram no orçamento a partilha

Entre a despesa e a receita

Quanto fica a dividir pela matilha

Não levando o povo mais desta feita



Houve ciúmes lamentações desavenças

Uns concordaram entre sessões

Outros prometeram dizer sim e não como crianças

Mas concordaram não ser tempo de obsessões



Quem observar a vida quotidiana

Não pode dizer mal da situação

Correm notas paralelas por certo nesta gincana

Os combustíveis sobem aumenta no trânsito a confusão



Nos hipers nas discotecas nos casinos

A euforia não descola seja a crédito ou a pronto salva-se o brio

Não se pode contemplar no orçamento tais desatinos

Em nome do emprego e do orçamental equilíbrio



Sobem livres de taxas os lucros financeiros

Mais-valias criadas por cérebros de engenharia

A corrupção genética ganha companheiros

Ganham num dia o que o povo inteiro não ganharia



Já não importa fabricar novos produtos

O importante é a venda fictícia de ilusões

É mais fácil criar ideias fúteis que atributos

Não deixam desperdícios e nas crises geram fusões


O problema dizem é todo da educação

com a iletracia geral do entendimento

os sindicatos de professores confundem a Nação

o problema não é o estudo a competência é o orçamento



Em última instância inventam-se pandemias

Obrigam-se os povos a contribuírem

Afluem fluxos do tesouro sobem as arritmias

Os povos desesperam sem amor para se unirem



A justiça é uma panaceia viciada

Salvaguardada na superior teia legislativa

É concebida à medida dos crimes de cara lavada

E arbitra livremente a contento toda a comitiva



Há vozes discordantes sobre o modelo da economia

Uns querem que o estado apenas trace as linhas

Que entregue os bens supremos salve da crise a ignomínia

Outros que assuma do poder nossas vidinhas



Ouvido apenas quando se trata de eleger

O comum do povo discute nos bares o futebol

Desenrasca-se como pode da avalanche do poder

Entretém-se a discutir pequenas manchas de lençol



Em toda esta circense palhaçada

Só um palhaço será tristemente rico no momento

O jardim colorido da Ilha da Madeira

Ao descobrir no pote e no penico o tesouro do orçamento





Autor: JRG

2 comentários:

Maria Ribeiro disse...

JRG: gostei desta Cantiga de MALDIZER!
Será que o penico do jardim da madeira sempre se vai encher?
Como ele diz que o "contenenteé uma merda, por que não enviar-lhe o penico ,já, cheinho dela , a abarrotar... embrulhado num lindo ramo de caganetas?
ABRAÇo
LUSIBERO

Lufague disse...

E a medida do ter nunca enche,a essa corja de malandragem,e por ai vai o que não é digno, mas é vil e torna tudo tão vergonhoso. amigo poeta uma reflexão porretada, um lembrete a quem quiser que use a razão na volta da consciencia,

beijocarinho, Lu