28/02/2009

DEVANEIOS SOBRE O AMOR E O SEXO...

Era uma festa, a discoteca animada, a cerveja , as luzes cintilantes, os corpos agitados na toada da musica que induzia à dança. Não eras bonita, mas tinhas da sabedoria o belo e trazias um amiga, de olhar dócil, aspecto feminino, olhos febris.
No calor das conversas as tuas mãos tocavam as minhas mãos, electrizantes, como era possível? Choques eléctricos que me petrificavam e eu olhava-te e olhava-a a ela. Serias dúbia, bipartida no cromossoma que define o género, 50 por 50, ou eram efeitos do álcool, das luzes, dos corpos em crescendo de energia, ou das batidas desconcertantes da música?
Tu de calças e ela de saia, deixando a descoberto uns joelhos bem torneados, sensual ela a convidar-me provocante, provocando-te e foi quando de súbito pensaste que seria talvez giro uma orgia , um bacanal a três, em que envoltos na doce volúpia dos sexos, ébrios de prazeres nos deixávamos conduzir na corda bamba da razão.
_Oh, não!!!...
Disseste, quando eu disse que era amante de ligações sólidas, que não alinhava em divagações sexuais libidinosas.

#######

Estavam sentados em mesas pouco distantes, ela de perna traçada, as coxas em evidência, o pé subindo e descendo ao ritmo da música ensurdecedora, o corpo deambulando em oblíquos meneios, um sorriso malicioso nos lábios carnudos, os olhos esfusiantes , luz intensa de encantamento, cabelos negros, vestida de ramagens primaveris, a pele morena e as mãos de uma finura extasiante, tamborilando sobre o tampo da mesa em movimentos subtis.
Ele, de olhar tímido, olhando de soslaio, quando pensava que ela distraída não daria pelo seu envolvimento na dança caliente dos seu olhos. Não era homem de se deixar seduzir facilmente por uma mulher, e no entanto, das raras vezes em que foi apanhado na linha de cruzamento da visão de ambos, ficou preso, sentiu um fulgor excitante, misterioso e mágico e teve dificuldade em desviar -se do íman inflexível.
Foi ela quem se levantou e veio a ele sedutora no andar simples e com um gesto o levou a dançar. Olharam-se e sorriram, quente aquele corpo, a dureza das mamas, seriam naturais? E o perfume, talvez Channel!... Como seria o cheiro do seu sexo, ao natural? Neste momento seria talvez uma mistura de suores e fluidos do cio, com resquícios de urina...Uma mistura escaldante, animalesca.
Que fogo, o sexo dele em batidas no V concavo do dela sobre o vestido, as mãos nas ancas ondulantes, em rodopios na pista, o ar sufocante, os seios, a cor das faces rosadas os olhos hilariantes de prazeres, uma leve camada de suor sobre a testa e saem de rompante para o ar fresco da noite, possessos de vontade, os olhos inquietos na procura de um lugar, as mãos dadas, ela na frente, quase correndo, e ele afogueado em pensamentos algozes da razão. Um vão de escada, ela tira as cuecas e ele baixa as calças, ela levanta uma das pernas e agarra com sofreguidão o sexo dele em chamas e enfia no seu sexo ardente, qual vulcão derretendo lava incandescente, abraços e beijos de grande exaltação, arfar de peitos, movimentos bruscos de vai e vem, as mãos que apertam os corpos que se penetram, pequenos ais, olhos húmidos da emoção do momento e um ai final, mais prolongado de orgasmos, de libertação de energias acumuladas no stress da semana.
Um doce olhar de despedida, ela no seu, ele no dele, os carros arrancam em sentidos opostos...

#######

Eu digo:
_Amo-te!...
E tu:
_Também de amo...muito!...
Os nossos braços apertam os nossos corpos, e o mar chia baixinho e docemente no marulhar das ondas mansas no imenso deserto que é a praia de areias finas, branqueadas.
Tens os cabelos escuros de castanho e os olhos de um verde avelã adocicados. A nossa pele morena ,genética ancestral de sóis e maresias, um corpo em harmonia com a beleza da alma que se pavoneia em volta e um sabor a frutos maduros sobressai nos beijos que me dão os teus lábios, a tua língua frenética na agitação de me ter.
Ser de ti e sentir o que é seres de mim, apaixonados na mítica esperança de não mais acabar este enleio de fios resistentes, de sentimentos viscerais consistentes.
Passeamos de mãos dadas, saltas pequenos obstáculos que o mar deixou na maré cheia e é como se um mar fossemos, imenso e profundo, ondas rebeldes correndo ao sabor do vento em alegre correria.
_Vamos amar-nos sobre a areia? Beijar o teu sexo, tudo de ti que eu amo, os teus perfumes, deixar que a noite venha e nos tape com seu manto escuro? Inebriar-nos da transparência do ar de maresia, exaltar de pureza o amor que somos numa simbiose quase perfeita? _Digo. E tu, olhas-me sorridente e incrédula.
_E se vem alguém e no surpreende? Sabes que me inibo na nudez exposta ainda que com sentido da ousadia libertina de ser livre.
Digo que aceito o teu senso e sentamo-nos um pouco, tu de pernas dobradas e entreabertas, deixando ver a cueca preta sedutora e eu deitado a teus pés, passando as mãos pelas tuas pernas em carícias dolentes de desejos, vou indo até ás coxas, passo os dedos na abertura vulvica e entreabro a cueca para mexer nos pelos macios em volta.
O cheiro que me penetra é exaltante, possui-me em absoluto, Tu apertas as coxas, prendendo-me a mão, os dedos que te percorrem, que sentem e me transmitem sensações espasmódicas, fluidos vertidos em profusão.
Deitas-te no sentido inverso, as pernas arqueadas em V a permitirem a incursão dos meus dedos, o poisar da minha cabeça sobre o teu ventre, a aspirar-te, a verter-te e beijo os lábios do teu sexo, doce loucura.
Tu descobres de mim o membro palpitante, acaricias a glande rosada, beija-lo com ternura e dás um ai quando sentes que está húmido.
Moves-te e sentas-te tu sobre o meu ventre, o teu sexo sobre o meu sexo e baixas-te a mim para me beijar deleitosa, ardente. Afasto a tua cueca e deixo que ele, amachucado te penetre e se liberte e és tu quem comanda os movimentos, as minhas mãos sobre os teus seios, os teus olhos revirados, não posso ver os meus, mas sinto como que uma névoa que me cobre e é só de dentro que me vem a imagem de sons, aromas e sentires que me alucinam.
_Se for menino, será Pedro, como o pai..._dizes com um sorriso carinhoso.
_Se for menina será Cristina, como a mãe_ e beijo-te os lábios entreabertos de menina.


autor:J.R.G.

08/02/2009

PARABÉNS AMOR!...e vão 39

P A R A B É N S AMOR!...e vão 39
O vestido branco arrastando pelo chão, encobrindo as tuas pernas maravilhosas, sufocando os aromas do teu corpo, a grinalda de flores brancas sobre os teus cabelos negros, os teus olhos verdes, raiados de verdes intermédios, de tom escuro. mágicos , onde aprendi a ler de ti, da alma esfuziante de encantos. A luz dos teus olhos, aprendi que era amor, altivos e submissos, não a mim, de mim, mas a algo que aceitamos como o sendo do nosso ser.
O sorriso de felicidade, as gargalhadas, a ternura com que me beijavas a cada instante, por cada motivo, por mais banal. O pote do arroz que despejaram à nossa passagem triunfal, como se carecêssemos da tradição para nos consubstanciarmos de e em amor eterno.
A cerimónia do sim ante as testemunhas, o ar incrédulo de alguns que não acreditavam na possibilidade de sermos amantes, ou talvez aguardassem um desfecho trágico à sublimidade de nos amarmos para além do racionalmente aceite.
Hoje olhei-te e vi o mesmo brilho. Penso que o vi em todos os anos a sete, e sinto a mesma ansiedade, o bater forte do coração, como se fosse hoje o dia sempre em absoluto.
Só eu vejo a tua pele luzidia, só eu vislumbro o brilho dos teus olhos, só eu capto o encanto do teu sorriso, só eu te sinto airosa, o andar igual , a voz doce e quente que me chamava amor, que me chama amor. Só eu sinto que os anos não passaram, que és a minha eleita, o meu mimo de ternura, na doença e na alegria, nas tempestades agrestes que nos assolaram. Onde outros fraquejaram por tão pouco, nós erigimos uma fortaleza de amor.
És um exemplo de mulher no comando. Trabalhaste, foste e és mãe, avó, amante fulgurosa, a financeira que resolveu as crises, a mãe que desceu ao fundo e esgatanhou a besta. Eu fui o sonho, o sonhador que interpretou a vida como um romance em que os personagens se agitavam nas águas revoltas e lamacentas e se erigiam em ondas de espuma para continuarem a ganhar tempo ao tempo. O tempo decidiria, decidiu?
Olho-te hoje e vejo a mesma menina de há quase quarenta anos. Minha paixão de amor, minha eternidade. Habituei-me aos novos aromas, à rebeldia da tua intransigência, beijo-te nos lábios e chamo-te amor. Há quantos anos és o meu amor?
Hoje vamos ser de novo como dantes, renovaremos o cenário, ou reinventá-lo-emos, haverá música suave ao jantar, talvez velas, flores, trocaremos sorrisos e olhares indiscretos, daremos as mãos, terás momentos de ser mais coquete, talvez tomemos um duche juntos e deixar-nos-emos enredar na teia que vimos construindo, até à eternidade da tua infinitude de mulher.
Amo-te